domingo, 23 de febrero de 2014

ATROPELLANDO LA NATURALEZA muerte en las rutas


Atropelando a natureza
Experiente repórter cinematográfico de Mato Grosso usa viagens pelo Estado para denunciar descaso ambiental em estradas e rodovias
Valdeci Queiroz - Ver carcaças de animais atropelados à beira das estradas é muito triste, mas, infelizmente, se torna cena repetitiva
GUSTAVO NASCIMENTO
Um dos mais conhecidos e respeitados repórteres cinematográficos de Mato Grosso tem usado suas viagens pelo Estado para denunciar o descaso ambiental em estradas e rodovias. Em menos de dois anos, ele conseguiu registrar centenas de animais atropelados, muitos dos quais ameaçados de extinção.
Valdeci Queiroz, de 48 anos, já participou de grandes reportagens mostrando a beleza do estado que foram veiculadas no Fantástico e no Jornal Nacional, na Rede Globo. Ele relata que, em praticamente todas as viagens que faz, encontra carcaças de animais atropelados. “Para se ter uma ideia, eu tirei foto até de um beija-flor atropelado. Imagine a velocidade do veículo para poder pegar o beija-flor?”
Entre os animais fotografados por Valdeci, estão tamanduás, jacarés, cobras, onças, antas, capivaras e pássaros de diversas espécies. “ Gosto de filmar e fotografá-los vivos, para exaltar a beleza do nosso Estado. Porém tenho que registrar esta situação triste.”
O repórter lembrou que o estado é o único que contém três tipos de bioma, amazônia, cerrado e pantanal, e que tem uma variedade gigantesca de animais. Porém, praticamente não existe fiscalização nas rodovias. “O número de estradas-parque que temos é baixíssimo e mesmo assim os locais não são sinalizados ou fiscalizados”.
Por conta da intensa travessia de animais, as estradas-parque têm um limite de velocidade de apenas 60 km por hora. Além disso os ainda têm a trafegabilidade restrita a certos tipos de veículos, proibindo carretas e pesados. Contudo, Valdeci afirma que os motoristas não respeitam a legislação.
“Faltam ainda soluções melhores para evitar que as fatalidades aconteçam na escala em que ocorrem. Na Bolívia, por exemplo, existem barreiras com redutores de velocidade a cada três ou cinco quilômetros, impedindo assim que os carros atinjam altas velocidades. Grades e túneis, somente, não resolverão a mortalidade”.
Segundo o cinegrafista, a Transpantaneira, que liga a cidade de Poconé até a localidade de Porto Jofre, na beira do Rio Cuiabá, na divisa com Mato Grosso do Sul, acabou sendo uma das mais seguras para os animais por não ter asfalto. “Depois que asfaltaram a região de Barão de Melgaço aumentou muito o índice de atropelamentos na região, não tem problema em asfaltar, desde que fiscalizem e regulamentem”.
EDUCAÇÃO - Valdeci também é educador ambiental e dá palestras em escolas do interior. Ele conta que ficou abismado com a falta de informação ambiental nas comunidades, que muitas vezes é quem têm o maior contato com a natureza.
“Na verdade não existe educação ambiental no interior. Certa vez eu mostrei fotos e vídeos da natureza para uma classe de alunos e em seguida mostrei imagens de queimadas e animais mortos a eles. O simples gesto já fez com que os pequenos começassem a chamar a atenção dos pais. Como vamos querer melhorar o meio ambiente se não ensinamos?”
Em todo este tempo de registros, Valdeci conta que já perdeu quatro motos e uma pequena fortuna investida no trabalho. Porém ele não se arrepende e lamenta a falta de investimentos. “Poucas pessoas apoiam todo este trabalho de registro e educação ambiental. Enquanto as pessoas não olharem para isso, não seremos um estado referência”, lamenta.
O meio ambiente envolve todas as coisas vivas e não vivas que ocorrem na terra, ou alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É o conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Tomado de diario de cuiaba Brasil 

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