Sistema fará
monitoramento meteorológico e oceanográfico detalhado da região Trabalho é
voltado para mudanças climáticas nas zonas costeiras Fábio Dutra/JA Primeira
boia foi fundeada nas proximidades do Centro de Biologia Marinha (Cebimar-USP),
em São Sebastião (SP)
Buscando fazer o monitoramento meteorológico e oceanográfico
mais detalhado por região, começaram a ser instaladas as primeiras boias meteo-oceanográficas
do Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta). A primeira boia foi
fundeada nas proximidades do Centro de Biologia Marinha (Cebimar), em São
Sebastião (SP). Na fase inicial do projeto, há a previsão de
mais três boias serem fundeadas, uma no Rio Grande do Sul, outra em Santa
Catarina e uma no Paraná. Essas boias ficarão sob a responsabilidade de
pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal do Paraná (UFPR),
respectivamente. O SiMCosta é um sistema
observacional integrado, que visa ao monitoramento contínuo, automático e em
tempo real, de parâmetros meteorológicos e oceanográficos em diversos pontos da
costa brasileira. Em médio e longo prazo, o sistema deverá fornecer informações
ambientais mais precisas e robustas para os estudos oceanográficos, ecológicos
e climáticos, permitindo assim avaliações sobre os impactos das mudanças
climáticas e riscos de eventos extremos em zonas costeiras brasileiras. Os
dados coletados pelo SiMCosta serão disponibilizados on-line e gratuitamente
pela internet, através do sítio http://www.simcosta.furg.br. O projeto é
coordenado pela Sub-rede Zonas Costeiras da Rede Clima e INCT para Mudanças
Climáticas, com sede no Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do
Rio Grande (Furg). De acordo com o coordenador da Sub-rede Zonas
Costeiras da Rede Clima e INCP em Rio Grande, Carlos Alberto Garcia, o trabalho
é voltado para mudanças climáticas nas zonas costeiras. "Estamos
atrasados. Não existe no Brasil sistemas operacionais com dados para a próxima
década". "Com a instalação da
rede e a utilização dos dados em modelos climáticos, poderemos ter previsões
mais realistas de toda a região", destacou a responsável técnica da
sub-rede, Ella Pereira. “Os dados são
abertos e disponíveis de hora em hora. Informações de correntes e ondas, por
exemplo, podem ser acessados via celular. É importante que a comunidade nos
ajude a preservar os equipamentos", destaca Ella. A boia
que será instalada no litoral do Rio Grande do Sul já está funcionando em fase
experimental no estacionamento do Instituto de Oceanografia, na Furg. Além da
parte externa, que coleta os dados meteorológicos, há uma parte que fica
submersa, que será instalada por mergulhadores, e será responsável pela coleta
de dados oceanográficos.
"Os dados que temos hoje são globais. Não sabemos com
precisão o quanto nossa costa está vulnerável a mudanças climáticas",
destacou o chefe de mergulho do projeto, Arthur Antonio Machado. Garcia explica que a instalação do sistema
permitirá a formação de uma série histórica de dados meteorológicos e
oceanográficos, possibilitando análises mais precisas sobre mudanças
climáticas. "Hoje nós não temos como determinar que houve uma mudança
climática analisando apenas de um ano para o outro. Quando se fala em mudanças
climáticas, é preciso fazer a análise de dados de 3 ou 4 décadas",
ressalta Garcia. O Sub-rede Zonas
Costeiras da Rede Clima e INCP em Rio Grande salienta que, para Rio Grande, a
ideia é ter um sistema de monitoramento ao longo do Estuário da Lagoa dos
Patos, integrado ao SIMCosta. Além das
boias, o SimCosta prevê também a instalação de 12 estações maregráficas em
municípios costeiros com alta densidade populacional. A rede maregráfica do
SiMCosta estará conectada com a rede altimétrica de alta precisão do IBGE, de
forma a permitir o monitoramento detalhado do nível do mar e a previsão de
riscos de inundação em áreas costeiras devido ao aumento progressivo do nível
do mar.
O SiMCosta é financiado pelo Fundo Nacional sobre Mudança do
Clima (Fundo Clima), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério de Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes). Eduarda
Toralles/Assessoria tomado de agora de rgs br
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