sábado, 24 de enero de 2015

BAJA PESCA DE CAMARÓN EN RGS BRASIL


 Há três safras, pescadores sofrem com a produção frustrada de camarão
Fabio Dutra Expectativa não é boa, devido ao excesso de água doce no estuário
Com as chuvas que têm ocorrido nos últimos meses, a perspectiva é que a safra do camarão seja mais uma vez frustrante. De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores Z1, Nilton Machado, a expectativa para a captura do camarão e da pesca é muito ruim. "A expectativa não é boa, devido ao excesso de água doce no estuário. Tem chovido muito na nossa região. Toda a água da chuva desce da lagoa e sai na boca da Barra, então, a pressão para fora impede que a água do oceano entre para o estuário", explicou.
O presidente da Colônia de Pescadores Z1 salientou que se as chuvas não ocorressem, em setembro passado a larva do crustáceo já estaria instalando-se no estuário. "As larvas vêm do oceano. E as chuvas não atrapalham somente a produção do camarão e sim de outras espécies como a tainha, o linguado e o bagre. O pescador ganha mais na pesca do camarão, mas a chuva atrapalha a entrada de outras espécies também", comentou. Ele disse que com esta situação, a vida do pescador fica delicada. "Acontecendo isso, o pescador fica em uma situação financeira muito difícil. Imagina uma família sem ter uma renda", desabafou. Machado ressaltou que nos últimos dois anos, ocorreu o mesmo problema, o que impactou em uma safra frustrante. "Em 2013, foi o inverso, a água estava salgada, o camarão da safra anterior ainda permanecia na lagoa e quando começou a aquecer, em outubro, a larva já começou a entrar. A larva entrou mais cedo e, assim, em novembro/dezembro já tinha camarão em tamanho ideal (nove centímetros). O camarão não permanece na lagoa, então, quando ele atinge certo tamanho, vai embora para o oceano para se reproduzir. Em 2013, em janeiro tínhamos o camarão grande, mas não podíamos pescar, e então o pescador foi prejudicado também", argumentou.
Nilton Machado apontou que a safra do camarão será aberta no dia 1º de fevereiro e que a pesca do crustáceo é permitida até 30 de maio, pois em junho entra o período de defeso. Ele contou que no dia 29 de novembro de 2014, foi encaminhado para o Ministério da Pesca, uma solicitação para aumento do seguro defeso em mais dois meses. Entretanto, no dia 7 de janeiro deste ano, a resposta do Ministério da Pesca foi negativa quanto ao pedido para tentar manter as famílias remuneradas por um maior período, visto que, segundo ele, a safra deverá ser ruim. Ele acrescentou que no dia 29 de janeiro, ocorrerá, a partir das 14h, na Colônia de Pescadores Z1, a primeira reunião do Fórum da Lagoa dos Patos, oportunidade na qual diversos assuntos serão abordados. O secretário de Município da Pesca, Ederson Silva, apontou que o Executivo encaminhará uma solicitação para a Emater, para que seja feito um laudo de avaliação sobre as perspectivas da safra. "Vamos fazer a solicitação e depois que o laudo estiver pronto, a Prefeitura discutirá a forma que irá atuar e buscar junto ao governo do Estado o cartão de emergência, que foi uma política pública criada no ano passado. Com o cartão de emergência, foi disponibilizado um valor de R$ 400 por pescador, para poder auxiliar nas necessidades de cada um", enfatizou. Silva garantiu que, caso seja necessário, o Executivo deve decretar situação de emergência novamente. "Primeiro decretamos a situação de emergência, para depois buscar alternativas. Em fevereiro, deve ocorrer uma reunião do Executivo para pensar em outras ações que podem ser realizadas", concluiu. Por Aline Rodrigues TOMADO DE AGORA DE RGS BR 

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