viernes, 27 de noviembre de 2015

PESCADORES ARTESANAIS REIVINDICAM ACESSO A AREAS TRADICIONAIS DE PESCA , EN RIO GRANDE DO SUL BRASIL

 Pescadores artesanais reivindicam acesso a áreas tradicionais de pesca
Foto: Fabio Dutra Pescadores artesanais das colônias Z-1, Z-2, Z-3 e Z-8 estiveram mobilizados, durante toda a tarde desta quinta-feira (26), pela liberação da pesca artesanal, no canal da Barra. Os trabalhadores realizaram passeata pelas ruas do centro, reuniram-se com os prefeitos de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, e São José do Norte, Jorge Madruga, secretários da pesca e vereadores dos dois municípios na Prefeitura do Rio Grande e, depois, encaminharam-se para a Câmara Municipal.
O encontro, na sala de reuniões da prefeitura, reuniu dezenas de pescadores, que levaram, mais uma vez à tona, as dificuldades pelas quais passam a classe. O pescador Ricardo da Silva explicou que faz três anos que a categoria está impedida de pescar nas regiões sul e norte da 4ª Secção da Barra. “A normativa foi incluída na portaria nº12 (do Ministério da Pesca), proibindo a pesca desde as torres do Tecon até a ponta dos molhes, a norte e sul, 12 quilômetros para cada lado”, contou. “Os pescadores artesanais sempre pescaram ali”, disse. O problema, de acordo com o pescador, é que a normativa não diferencia o pescador artesanal, que realiza uma pesca seletiva, do pescador industrial.
Essa distinção, entre pesca industrial e artesanal, mais do que nunca se faz necessária, segundo Silva, porque, mais uma vez, a safra é frustrada na Lagoa dos Patos. Em decorrência da alta quantidade de chuvas, a Lagoa dos Patos encontra-se com excesso de água doce, o que impede a entrada de peixes e de larvas de camarão no estuário. Situação que vem repetindo-se nos últimos três anos e atinge mais de 3 mil pescadores do estuário, cerca de 800 em Rio Grande.
Jerri Adriano Castro da Rosa, que é pescador há 40 anos na região, acrescentou que os pescadores artesanais querem trabalhar dignamente e sustentar suas famílias. “A gente quer trabalhar de qualquer forma. Não queremos conflito, estamos sofrendo muito com isso. Ali é uma região tradicional de pesca para nós, nós não queremos matar lobo-marinho, pelo contrário, eles se alimentam da nossa própria rede”, afirmou. Jerri contou ainda que o pescador está sendo tratado pior do que criminoso, referindo-se a forma como ocorrem as apreensões de embarcações, pescados e, até mesmo, de pescadores, nas operações da Polícia Ambiental.
Diante da situação, o prefeito Alexandre Lindenmeyer afirmou que a mobilização e a pressão da categoria são importantíssimas, e considerando o setor como alternativa importante de geração de emprego e renda, já que, segundo ele, 10% do pescado nacional sai da região, sugeriu alguns encaminhamentos.
Lindenmayer solicitou aos representes das colônias presentes que elaborassem um documento, com auxílio dos secretários da Pesca, contendo todas as demandas da categoria. Ele sugeriu que fique evidenciado, no documento, que se trata de uma área centenária tradicional de pesca, e a necessidade de distinção entre a pesca artesanal e a pesca industrial.

 O prefeito pediu urgência na elaboração do documento, para que sejam recolhidas assinaturas das prefeituras e, após a solicitação, seja encaminhada para o Ministério Público Federal, Ibama, Patram e Capitania dos Portos, na tentativa de que, pelo menos, seja estabelecido um período para a pesca artesanal no local. Ele também disse que encaminhará a pauta para o ministro Miguel Rosseto (PT), em uma tentativa de agendar uma audiência no Ministério do Desenvolvimento Agrário, já que o Ministério da Pesca foi extinto. Por Tatiane Fernandes tati@jornalagora.com.br- TOMADOD E AGORA DE RGS BR 

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