domingo, 22 de mayo de 2016

VILLA FLORES SE PREPARA PARA LA BIENAL DE ARQUITECTURA EN VENECIA

 Vila Flores, que estará na Bienal de Arquitetura de Veneza, é espaço para artistas, designers e
arquitetos
Mais de 22 empresas, todas do segmento criativo, atuam no conjunto de prédios, que aos poucos, torna-se ndereço de eventos em Porto Alegre
Por: Renata Maynart A Associação Cultural Vila Flores está a frente de um calendário de eventos para ampliar a participação do público externoFoto: Omar Freitas / Agencia RBS
O consumo de energia nos dias quentes é moderado, devido às paredes robustas e à ventilação cruzada. Assim como o acender das luzes, que fica para mais tarde do que o habitual, graças à posição solar privilegiada. Essas características integram os debates sobre sustentabilidade na arquitetura contemporânea. E são vistas como uma aula de construção nas edificações do conjunto de prédios Vila Flores, no bairro Floresta. 
Com assinatura do arquiteto Joseph Lutzenberger, alemão que se estabeleceu em Porto Alegre, os edifícios que somam 2,4 mil metros quadrados mesclam elementos ecléticos e modernistas. São também chamados de protorracionalistas pelo fato de a exuberância e a ornamentação darem espaço para a geometria e a simetria.
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– Os prédios foram construídos com uma qualidade excepcional. A forma como se trabalhou as fachadas externas e internas, voltadas para o pátio, é impressionante. A pessoa que passa pela rua não imagina que há esse espaço na parte privada, com cheios e vazios muito bem equilibrados – avalia o arquiteto João Felipe Wallig, da Goma Oficina, responsável pelo projeto arquitetônico de restauro do Vila Flores. 
Em meio à arquitetura original, alterações ocorridas ao longo dos anos mostram as diferentes fases de uso do conjuntoFoto: Omar Freitas / Agencia RBS
Com o olhar voltado para cultura, arquitetura e administração, o Núcleo de Gestão tem feito um intenso trabalho para apresentar suas instalações a um público cada vez maior, especialmente com os eventos e as atividades externas que o Vila Flores tem recebido nos últimos três anos. 
– Há pessoas que frequentam teatros e exposições. Mas, por outro lado, há uma parcela excluída. Queremos promover esse diálogo entre as camadas da sociedade. Temos atividades abertas ao público, mas também chamamos as pessoas simplesmente para vivenciarem o pátio e terem contato com uma parcela do patrimônio que está sendo preservada – afirma Antonia Wallig, membro da
Associação Cultural Vila Flores.
Entre esses eventos, muitos têm temáticas definidas pelo próprio grupo de residentes, como são chamados os locatários. São em torno de 22 empresas, todas voltadas para a área criativa. Grupos de teatro, artistas visuais e estúdios de design, entre outros, promovem uma agenda intensa, com oficinas, palestras e exposições a partir de quatro eixos: arte e cultura, educação, arquitetura e empreendedorismo.
As vivências artísticas incluem, de forma natural, lições valorosas de edificação. Dividido em quatro volumes contando galpão e anexo, com 33 unidades no total, o conjunto Vila Flores reflete elementos da cultura europeia nos pavimentos. Na era pré-elevador, os andares térreos eram mais amplos e melhor distribuídos – para não dizer melhor valorizados comercialmente – até chegar, pavimento após pavimento, aos sótãos. Originalmente criado para servir de moradias alugadas no então bairro industrial de Porto Alegre, o espaço passou por transformações e, em 2011, ganhou as primeiras obras de restauração.
O telhado foi a primeira intervenção, em caráter emergencial. As telhas foram retiradas e limpas, e a estrutura refeita em madeira, como no primeiro projeto, mantendo ao máximo o desenho original. As etapas seguintes foram elétrica, hidráulica, gás e esgoto para adequar as instalações. Uma das construções do conjunto, o galpão já foi endereço de cavalaria, fábrica de ladrilhos hidráulicos, marcenaria e serralheria, entre outros, e está em obras neste momento. 
Listado no Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do bairro Floresta, o Vila Flores ainda exibe marcas que permanecem como uma linha do tempo que conta histórias vividas por ali. 

– Vejo esse projeto como um trabalho de ofício. Entender a transição de fase da arquitetura, mais racionalista na prática, é quase cirúrgico. Era a saída de uma fase em que a arquitetura aqui no Brasil era muito elitista e, de repente, o uso racional dos materiais e dos espaços ganhou força com o Lutzenberger – define João Felipe. TOMADO DE ZERO HORA DE RGS BR 

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