Especialistas dos EUA votam a favor de 3ª dose da Pfizer apenas para idosos
Contrariando o desejo do presidente Joe Biden, painel médico
que assessora a Casa Branca não indicou a dose de reforço para toda população
acima dos 16 anos
(crédito: Jacob King/AFP - 4/2/21)
O painel médico que assessora o governo dos Estados Unidos
votou nesta sexta-feira (17) a favor de uma terceira dose da vacina Pfizer
contra a covid-19 para maiores de 65 anos e pessoas de alto risco, mas não para
todos acima dos 16 anos, um revés para o presidente Joe Biden, que queria
lançar uma campanha de reforço geral.
A decisão foi tomada após um dia de debates deste comitê
assessor da Agência de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na
sigla em inglês), formado por pesquisadores, epidemiologistas e especialistas
em doenças infecciosas.
Os especialistas recomendaram que a dose de reforço seja
aplicada seis meses após a segunda, e disseram que profissionais de saúde
deveriam ser incluídos entre as pessoas de alto risco.
Por um lado, foram unânimes quanto à necessidade de
administrar uma dose a mais para idosos acima de 65 anos, bem como para aquelas
com alto risco de desenvolver a forma grave da doença.
Por outro, o painel se manifestou contra a campanha de
reforço para a população em geral a partir dos 16 anos. Em particular,
levantaram preocupações com o risco de miocardite em adolescentes do sexo
masculino e homens adultos.
As recomendações do comitê não são vinculantes, mas é raro
que a FDA não as siga.
"Acho que isso deveria mostrar ao público em geral que
os membros deste comitê são independentes da FDA e que temos algo a dizer
quando somos convidados a nos reunir", declarou Archana Chatterjee, um dos
integrantes.
O governo de Biden anunciou em agosto que lançaria uma
campanha de reforço, a partir de 20 de setembro, para todos os americanos que
haviam recebido sua segunda dose oito meses antes.
Essa decisão pegou muitos especialistas de surpresa. A
desconfiança se espalhou pelas fileiras da FDA, que publicou um documento se
distanciando da decisão anunciada antes da reunião de seu comitê de
especialistas independentes.
"No geral, os dados indicam que as vacinas licenciadas
nos Estados Unidos ainda conferem proteção contra formas graves da covid-19 e
morte", disse a FDA.
- Não "neste estágio" -
Dois altos funcionários da FDA já assinaram uma carta publicada no The Lancet
contra uma terceira dose "neste estágio da pandemia".
Após o anúncio das decisões, a Pfizer afirmou "seguir
acreditando nos benefícios de uma dose de reforço para uma parte maior da
população", enquanto disse querer "trabalhar com o FDA (...) para
responder às perguntas do comitê", por meio de sua chefe de vacinas
Kathrin Jansen.
Para convencer da necessidade dessa dose adicional, a
empresa havia citado estudos que mostraram uma diminuição na proteção contra a
infecção alguns meses após a administração das duas primeiras doses.
Um número crescente de estudos mostra, porém, que duas doses
são suficientes para fornecer alta proteção contra manifestações graves da
doença, embora em níveis ligeiramente mais baixos em pessoas mais velhas.
A Pfizer também mencionou dados que mostram que os reforços
aumentam o nível de anticorpos contra a variante delta, assim como estudos
conduzidos em Israel, onde se fez uma campanha de administração da terceira
dose.
A FDA afirma, entretanto, que nem todos os estudos são
necessariamente confiáveis e estima que aqueles resultantes de pesquisas nos
Estados Unidos "provavelmente representem com mais precisão a eficácia das
vacinas na população americana".
TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE
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