Pelo exame, gotas de suor são colhidas, com um cotonete, da axila da pessoa com suspeita de infecção. Quinze minutos depois, a haste é inserida em um tubo de vidro esterilizado com raios ultravioleta, onde a amostra é analisada
Chadin Kulsing mostra o exame já testado em mais 2 mil pessoas: 95% de confiabilidade - (crédito: Lillian Suwanrumpha/AFP)
Cientistas da Tailândia trabalham em um projeto que poderá
deixar testes de detecção da covid-19 mais simples e menos invasivos. Eles
desenvolveram um sistema capaz de identificar a presença do novo coronavírus
pelo suor, com resultado obtido em menos de um minuto. A nova tecnologia rendeu
resultados animadores em testes feitos em mais de 2 mil pessoas nas ruas de
Bangcoc, a capital do país.
Pelo exame, gotas de suor são colhidas, com um cotonete, da
axila da pessoa com suspeita de infecção. Quinze minutos depois, a haste é
inserida em um tubo de vidro esterilizado com raios ultravioleta, onde a
amostra é analisada. O resultado fica disponível em apenas 30 segundos. “Nossa
avaliação é 95% confiável, um resultado alto e comparável ao do PCR nasal”,
afirmou à Agência France-Presse (AFP) de notícias Chadin Kulsing, pesquisador
da Universidade Chulalongkorn de Bangcoc e um dos criadores do teste.
A pesquisa de Kulsing é um desdobramento de um estudo em que
ele e sua equipe treinaram cães farejadores para detectar, por meio da
transpiração humana, casos assintomáticos de covid-19. “As pessoas infectadas
pelo novo coronavírus secretam substâncias químicas distintas. Essa descoberta
abre portas para o desenvolvimento de vários tipos de análises, que podem focar
na identificação de odores específicos”, detalhou.
Facilidade
A Tailândia não é o primeiro país a utilizar o suor para
detectar a covid-19. O Reino Unido e os Estados Unidos também iniciaram
experimentos similares, mas as tecnologias não estão disponíveis. Kulsing
espera que seu método de detecção, ainda em fase experimental, possa ser
utilizado em breve, como alternativa ao PCR. O exame considerado padrão ouro
exige um processamento mais trabalhoso, já que é feito em laboratório, além de
ser mais caro, lembrou o pesquisador.
Também em entrevista à AFP, um dos participantes do teste em
escala real disse aprovar a facilidade da abordagem. “É muito mais prático. Não
preciso ir a um laboratório e posso continuar trabalhando enquanto espero o
resultado”, disse. O país registrou quase 1,5 milhão de casos e 14 mil mortes
por covid, a maioria nos últimos meses. Tomado de correio brasiliense
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