Ruas do loteamento Mirage, em Campo Grande, em obra
Ana Carolina Diniz
RIO - Juros baixos para financiamento, busca por uma moradia com
mais espaço e conforto e queda no rendimento de aplicações financeiras fizeram
disparar a busca por terrenos durante a pandemia. Os lotes são
procurados pelo cliente que deseja construir sua casa própria
e por pequenos investidores que compram para revender a terra ou constroem
imóveis também para comercializar.
Uma pesquisa feita pelo portal Imovelweb mostrou que houve
um aumento expressivo na procura por terrenos no Rio: aumento de 284% em junho
se comparada com as buscas do mesmo mês do ano passado. O movimento não
acontece apenas no Rio: a demanda para compra de terrenos aumentou 202% no
Brasil em junho, quando comparado ao mesmo mês em 2019.
— A questão da compra de lotes é cultural do brasileiro,
especialmente da geração mais velha, que se sente segura ao investir em um
pedaço de terra — explica Paulo Porto, professor de Negócios Imobiliários da
FGV.
Na pandemia, a procura por lotes no Mirage Residence Resort,
em Campo Grande, disparou, diz Marco Túlio Cabral, diretor da MR2. Com valores
a partir de R$ 212 mil e financiamento direto com a empresa em até 120 meses,
os lotes têm entre 180 a 250 metros quadrados em um condomínio com
infraestrutura completa de lazer e de segurança.
— Com a queda substancial do rendimento das aplicações
financeiras, e uma ação de vendas com grandes descontos para pagamento à vista,
o investidor tem uma excelente expectativa de retorno. E temos que considerar
que a pandemia despertou o desejo de morar com mais espaço e conforto — diz
Cabral.
Este foi o pensamento do comerciante Jorge Antero Ramos, que
comprou três terrenos no loteamento. Ele achou os preços mais atrativos do que
ano passado.
—Em Campo Grande, faltam casas de médio a alto padrão, então
pretendo construir uma no terreno para pôr à venda —revela.
Flavia Katz, gerente de Marketing da construtora Fernandes
Araujo, que tem terrenos à venda em Campo Grande, afirma que identifica dois
perfis de compradores:
—Há o cliente que compra para construir a própria casa
(cliente final), dentro da sua capacidade financeira, e o perfil dos pequenos
construtores que adquirem o terreno para transformá-lo em um produto, ou seja,
numa casa que será posta à venda. Os pequenos construtores são os que mais
compram.
Em setembro, a Start Investimentos lançará o loteamento
Riviera do Recreio. Dois meses antes do lançamento oficial, o empreendimento já
tem 200 reservas.
— Tivemos um aumento de 30% em relação do ano passado. Será
um condomínio de lotes que oferecerá lazer completo e segurança 24 horas em
numa área total de 354 mil metros quadrados. Serão 1.200 terrenos a partir de
180 metros quadrados com preços iniciais de R$ 360 mil e financiamento em 150
meses direto com a construtora — diz o diretor Eric Labes.
O empresário Orlando Ferreira fez a reserva de alguns lotes
para investimento e pretende construir casas para venda.
— A pandemia do coronavírus fez as pessoas valorizarem o
espaço livre de uma casa, e acredito que haverá muita procura.
A busca por terrenos no interior do estado também teve
crescimento desde março. Paulo Araujo, diretor de Incorporação da Concal,
percebeu o aumento do interesse pelo loteamento Terras Altas, em Pedro do Rio,
em Petrópolis, especialmente por cariocas que passaram o isolamento na Região
Serrana.
—O preço da terra depois de ter uma casa construída é bem
maior. Outro ponto é que na medida em que o loteamento/ condomínio vai se
consolidando com casas, o terreno também ganha valor.
André Barros, presidente da Morar Mais Imobiliária, observou
esta movimentação na Região dos Lagos.
— A grande demanda está no comprador final nas classes B e
C, que buscam a compra da sua segunda moradia — afirma.
Tomado de envio de extrade br
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