Brasil precisa investir R$ 190 bilhões em
rodovias, aponta CNT
Equipes de
pesquisadores percorreram 95.707 km para traçar mapa das dificuldades de
tráfego A Confederação Nacional do Transporte (CNT) enviou 17 equipes de
pesquisadores para percorrer 95.707 quilômetros de rodovias no Brasil. A
intenção era avaliar o estado das estradas e apontar a situação atual das vias.
O resultado
do trabalho, divulgado ontem, não é nada animador. No ano passado, 57,4% da
extensão rodoviária foi classificada como regular, ruim ou péssima. Neste ano,
o percentual passou para 62,7%. A CNT estima que a necessidade de investimento
para a modernização da infraestrutura rodoviária no Brasil seja de cerca de R$
190 bilhões, a serem aplicados na construção de novas rodovias e em obras de
duplicação, pavimentação, recuperação, entre outras intervenções.
De acordo
com o levantamento, 33,4% dos quilômetros avaliados foram considerados em
situação regular, 20,3%, ruim e 9%, péssima. Outros 27,4% estão em bom estado e
9,9% em ótimo. O único quesito com melhorias foi o de pavimento. As rodovias
avaliadas como boas ou ótimas neste ponto passaram de 52,1% do total para 54,1%
nesta edição.
Os
pesquisadores estiveram em todas as rodovias federais e nas rodovias estaduais
mais relevantes do Brasil, ampliando em 2.960km a extensão avaliada na
comparação com o que foi feito em 2011. A análise foi feita durante 37 dias,
entre 25 de junho e 31 de julho. Os aspectos que embasam a pesquisa são a
qualidade de pavimentação, a sinalização e a geometria da via.
“Os
resultados apresentados subsidiam a elaboração de políticas públicas de
manutenção de rodovias pelos governos federal, estaduais e municipais, assim
como a criação de marcos legais que traduzam as necessidades de uma
infraestrutura rodoviária condizente com os desejos de progresso do Brasil”,
afirma o presidente da CNT, senador Clésio Andrade.
Se, em 2011,
a sinalização era considerada ótima ou boa em 43,1% das rodovias, esse número
foi reduzido para 33,8% este ano. A geometria da via também registrou queda,
embora de menor percentual. Em 2011, a sinalização era considerada em ótimo ou
bom estado em 23,2% do total, agora são
22,6%. O estudo mostra também que em 20.279km há placas totalmente cobertas
pelo mato, o que representa 21,2% da extensão rodoviária pavimentada.
Ainda sobre
a sinalização, o levantamento mostra que é satisfatória (boa ou ótima) em 33,7%
da extensão avaliada, sendo que em 60,6% das estradas ela conta com acostamento
e em 88,1% tem predominância de pista simples de mão dupla. Para Andrade, essa
é uma questão que precisa ser solucionada com urgência. “A boa sinalização é
fundamental para garantir a maior segurança dos motoristas e passageiros que
trafegam pelas rodovias do Brasil. É muito importante investir fortemente para
melhorar a sinalização e também para solucionar outros problemas constatados no
pavimento e na geometria viária”, ressalta.
Os
pesquisadores constataram a ocorrência de 221 pontos críticos no País, como
erosões na pista, quedas de barreira, pontes caídas ou buracos grandes. Em
2011, foram identificados 219. A pesquisa mostrou que houve um aumento de 36%
nas erosões da pista em relação aos dados de 2011.
Malha gaúcha
ótima ou boa cai de 62% para 58,7%
No Rio
Grande do Sul, foram avaliados 8.150 quilômetros de rodovias. Deste total,
58,7% (4.780km) foram considerados em ótimo ou bom estado. O índice é inferior
ao do ano passado, quando 62% das vias foram avaliadas nesta condição. A
pesquisa mostra também que 31,8% estão em condições regulares e 9,6% estão
ruins ou péssimas.
O melhor
aspecto das rodovias no Rio Grande do Sul é a pavimentação, com 73% em ótimo ou
bom estado. Apenas 2,9% dos pisos das pistas gaúchas foram avaliados como ruins
ou péssimos.
No quesito
sinalização, o percentual de vias consideradas ótimas ou boas é de 57,1%, e o
de ruins ou péssimas é de 18,1%. Em relação à geometria, 27,8% possuem
condições ótimas ou boas e 29,9%, ruins ou péssimas.
Conforme a
pesquisa da CNT, nenhuma rodovia que cruza o Estado pode ser considerada ótima,
de modo geral. As estradas com pavimento considerado ótimo foram as BRs 473,
470, 392, 377, 293, 290, 287, 285, 158 e 153 e as RSs 474, 287, 240, 135, 130.
No que diz
respeito à sinalização, apenas quatro rodovias foram consideradas ótimas no Rio
Grande do Sul (BR-116, RS-784, RS-466 e RS-128). No quesito geometria, nenhuma
estrada gaúcha foi avaliada como ótima.
Estradas
concedidas seguem sendo as melhores
O estudo
avaliou 65.273km de rodovias federais e 30.434km de rodovias estaduais, sendo
que, desses, 80.315km estão sob gestão pública e 15.392km sob gestão de
concessionárias. Enquanto apenas 27,8% das rodovias sob gestão pública estão em
bom ou ótimo estado, o percentual positivo das rodovias concedidas é de 86,7%.
Entre as
rodovias com gestão pública, a pior avaliação é a da geometria das vias, com
apenas 19% sendo considerada ótima ou boa. O índice para as concedidas é de
41%. A melhor avaliação das vias administradas pelos governos reside no
pavimento, com 48,1% estando em ótima ou boa condição. Nas sob concessão, o índice
é de 84,8%.
No Sudeste,
foram avaliados 27.187km de rodovias; no Nordeste, 26.739km; no Sul, 16.842km;
Centro-Oeste, 14.546km e, no Norte, 10.393km.
O
levantamento também mostra os resultados por estado e também no Distrito
Federal. A unidade com o maior percentual de rodovias em ótima situação é São
Paulo, com 49,9% do total, seguida por Rio de Janeiro (20,6%) e Paraná (18%).
Os estados com maior percentual de estradas em péssimas condições são o Acre
(38% do total), Roraima (25,3%) e Amazonas (22,5%).
Tomado de
jornal do comercio du Brasil
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