Importância histórica não evita o
abandono do Largo de São Francisco
Comlurb admite dificuldade em fazer
a limpeza. Garis foram agredidos por moradores de rua
Leonardo Gorges, com o leitor Túlio
Leite
Erguido no século XVIII, local sofre
com diversos problemas: do excesso de lixo ao estacionamento irregular
Foto do leitor Túlio Leite /
Eu-Repórter
RIO - Ponto importante para a
história do Rio, o Largo de São Francisco, no Centro, tem também um longo
histórico de problemas. O leitor Túlio Leite enviou uma série de fotos ao
Eu-Repórter que mostram diversos males no local, erguido no século XVIII para
abrigar a nova catedral da cidade: excesso de lixo no chão, presença
generalizada de vendedores ambulantes e moradores de rua, além de
estacionamento irregular. As reclamações se acumulam ao longo dos anos:
— Aquela região sofre com o abandono
e a desordem. Fico corado de vergonha quando vejo algum turista passeando por
ali. Por todo lugar que se olha tem baderna. Dos camelôs exibindo filmes pornôs
em armações na altura das crianças até os calçamentos irregulares e esburacados,
a situação é calamitosa — diz Leite.
De acordo com o leitor, a situação
dos moradores de rua é um dos pontos mais graves. Com urina e fezes espalhada,
o cheiro desagradável pode ser sentido diariamente por quem passa pela região.
Outro ponto apontado por Leite como “sem controle” são as cargas e descargas
irregulares. Seguidamente, caminhões estacionam em cima do passeio, deixando
resíduos na área.
A Comlurb admite a dificuldade em
realizar a limpeza do Largo. De acordo com o órgão, dois garis já foram
agredidos por remover materiais abandonados. Um deles foi atingido por uma
garrafada e teve de ser hospitalizado; o outro recebeu um balde de terra no
rosto. Ainda assim, a companhia garante fazer a manutenção diária no local. São
três garis, que fazem a varreduras durante manhã, tarde e noite. Além disso, a
companhia dispõe de uma Kombi lava-jato que pode atuar a qualquer hora em áreas
que sofram com urina e fezes.
Em relação aos moradores de rua, a
Secretaria municipal de Assistência Social (SMAS) afirma que irá deslocar uma
equipe para fazer a abordagem dos homens. Não há, no entanto, uma solução
definitiva para a questão.
“É importante observar, no entanto,
que os adultos em situação de rua não são obrigados a aceitar o acolhimento. A
grande maioria deles, cerca de 90%, retorna para as ruas após darem entrada nos
abrigos” afirma a secretaria, em nota.
Sobre os estacionamentos
irregulares, a Guarda Municipal garante manter atuação frequente para coibir a
prática. Neste ano, 169 veículos foram multados no Largo. O número inclui as
infrações por carga e descarga ilegal. Um decreto municipal de 2008 proíbe a
circulação de veículos para a entrega de mercadorias a estabelecimentos
comerciais das 6h às 10h e das 17h às 20h.
Quanto aos camelôs irregulares, a
corporação nega que eles atuem na região. Segundo a Guarda, os agentes impedem
o comércio informal irregular. Ao todo, 87 vendedores ambulantes têm
autorização para trabalhar no Largo de São Francisco e seu entorno.
Tomado de O Globo de Rj BR
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