domingo, 11 de agosto de 2019

EXPLORAÇÃO VORAZ DO SOLO PODE INTENSIFICAR A FOME //LA EXPLOTACIÓN VORAZ DEL SUELO PUEDE INTENSIFICAR EL HAMBRE

EXPLORAÇÃO VORAZ DO SOLO PODE INTENSIFICAR A FOME, aponta relatório
Nações Unidas alerta que, se não mudarmos as práticas de uso da terra, há o risco de enfrentarmos uma catástrofe alimentar. Os autores ressaltam, ainda, que a ação humana predatória tem os efeitos intensificados pelas mudanças climáticas
PO Paloma Oliveto
 Segundo o documento feito por especialistas de mais de 50 países, ao menos 500 milhões de pessoas vivem em áreas que sofrem desertificação(foto: Orlando Sierra/AFP)
Segundo o documento feito por especialistas de mais de 50 países, ao menos 500 milhões de pessoas vivem em áreas que sofrem desertificação
(foto: Orlando Sierra/AFP)
A voracidade com que o homem tem explorado o solo é uma ameaça à segurança alimentar e, caso não modifique os padrões produtivos, boa parte da população mundial corre o risco de passar fome. Especialmente em tempos de mudanças climáticas, que intensificam as pressões sem precedentes impostas por indústria e agropecuária, é preciso agir em curto prazo para evitar uma catástrofe. Esses são os recados principais de um documento com 1,2 mil páginas elaborado por cientistas e aprovado pelos 195 países-membros da Organização das Nações Unidas na quarta-feira. Nesta quinta-feira (8/9), o conteúdo do documento foi divulgado pela ONU.
O relatório é fruto de três anos de trabalho de uma centena de cientistas de mais de 50 países, especialistas em solo e clima. “Temos que mudar substancialmente a maneira como utilizamos nossas terras. Precisamos pensar de maneira muito mais exaustiva como utilizaremos cada hectare. As terras têm que permitir cultivar nossa comida, proporcionar biodiversidade e água doce, dar trabalho a bilhões de pessoas e capturar bilhões de toneladas de carbono”, disse, em uma coletiva de imprensa em Genebra, Piers Forster, professor da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e um dos autores do relatório.
De acordo com o texto, atualmente, 72% da superfície do planeta livre de gelo é explorada pela humanidade. A intensificação do uso do solo libera o dióxido de carbono estocado pela vegetação e também causa erosão, reduzindo a capacidade da terra de suportar o plantio e manter o CO2 livre da atmosfera, alertam os cientistas no relatório, segundo o qual um terço de todo o solo já está degradado.
“Hoje, 500 milhões de pessoas vivem em áreas que passam por desertificação. As pessoas que já vivem em áreas degradadas ou desertificadas estão sendo afetadas cada vez mais negativamente pelas mudanças climáticas”, observou Valérie Masson-Delmonte, vice-presidente de um dos três grupos de trabalho do IPCC. “A forma como temos usado o solo não é sustentável e contribui para as mudanças climáticas”, disse, lembrando que o aumento da temperatura se soma às atividades humanas predatórias, o que amplifica mais ainda a pressão sobre o planeta.
Fome e desperdício
Jim Skea, copresidente de outro grupo de trabalho, destacou que, como se não bastasse a pressão sobre o solo, até 30% dos alimentos são perdidos ou desperdiçados. Isso em meio a relatos recentes de que mais de 820 milhões de pessoas estão subnutridas no mundo. Ele lembrou que, com as estimativas de que a população global chegue a 10 bilhões em 2050, o quadro se agravará.

Na coletiva de imprensa, Skea destacou que os países devem encontrar meios de lidar com o desperdício, reduzindo, assim, a pressão sobre o solo e as emissões resultantes dos gases de efeito estufa decorrentes, inclusive, do cultivo de espécies para geração de biocombustíveis. “Limitar o aquecimento global a 1,5ºC ou mesmo a 2ºC envolverá a remoção de dióxido de carbono da atmosfera, e a terra tem um papel crítico a desempenhar nessa tarefa. As práticas agrícolas podem ajudar a estocar o carbono nos solos, mas também podem significar o uso de mais bioenergia com ou sem captura e armazenamento de carbono.”
Emissão de CO2
De acordo com o relatório do IPCC, agricultura, silvicultura e outros usos da terra contribuem para cerca de um quarto das emissões de gases de efeito estufa, fato que os formuladores de políticas devem considerar ao decidir como devem investir para se adaptar e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. “Reduzir as emissões de gases de efeito estufa de todos os setores é essencial se quisermos manter a carga em 2ºC”, disse Debra Roberts, vice-presidente do grupo de trabalho II. Hans-Otto Pörtner, copresidente do grupo III, ressaltou que essas medidas têm de ser imediatas. “Não há possibilidade de alguém dizer: ‘Ah, a mudança climática está acontecendo e nós vamos nos adaptar a ela. A capacidade de adaptação é limitada.”Continua depois da publicidade
Em nota, Paulo Adário, estrategista sênior de florestas da Organização Não Governamental Greenpeace, disse que o relatório do IPCC indica que já não basta zerar as emissões globais de combustíveis fósseis. “É fundamental zerar o desmatamento, proteger e restaurar nossas florestas e ecossistemas naturais, que são sorvedouros naturais de CO2, além de substituir commodities agrícolas por alimentos sustentáveis, reduzindo a produção e o consumo de carne, hoje o maior vetor de destruição da Amazônia e outros ecossistemas”.
Segundo o IPCC, o consumo de carne mais do que duplicou nos últimos 60 anos, à medida que os solos foram convertidos para uso agrícola a um ritmo sem precedentes na história da humanidade. Hoje, as emissões do sistema alimentar como um todo, incluindo produção e consumo, representam até 37% do total global de emissões de gases de efeito estufa induzidas pelo homem.


La explotación voraz del suelo puede intensificar el hambre, señalan puntos
Las Naciones Unidas advierten que si no cambiamos las prácticas de uso de la tierra, existe el riesgo de enfrentar un desastre alimentario. Los autores también señalan que la acción humana depredadora tiene los efectos intensificados por el cambio climático.
PO  Paloma Oliveto
 Según expertos de más de 50 países, al menos 500 millones de personas viven en áreas de desertificación (foto: Orlando Sierra / AFP)
Según expertos de más de 50 países, al menos 500 millones de personas viven en áreas de desertificación
(foto: Orlando Sierra / AFP)
La voracidad con la que el hombre ha explotado el suelo es una amenaza para la seguridad alimentaria y, si no cambia los patrones de producción, gran parte de la población mundial corre el riesgo de morir de hambre. Especialmente en tiempos de cambio climático, que intensifican las presiones sin precedentes impuestas por la industria y la agricultura, es necesaria una acción a corto plazo para evitar una catástrofe. Estas son las palabras clave de un documento de 1.200 páginas preparado por científicos y aprobado por 195 países miembros de las Naciones Unidas el miércoles. Este jueves (8/9), el contenido del documento fue publicado por la ONU.
El informe es el fruto de tres años de trabajo de cien científicos de más de 50 países, expertos en suelo y clima. “Tenemos que cambiar sustancialmente la forma en que usamos nuestra tierra. Necesitamos pensar mucho más a fondo sobre cómo utilizaremos cada hectárea. La tierra debe permitirnos cultivar nuestros alimentos, proporcionar biodiversidad y agua dulce, trabajar para miles de millones de personas y capturar miles de millones de toneladas de carbono ”, dijo Piers Forster, profesor de la Universidad de Leeds, en una conferencia de prensa en Ginebra. Reino Unido, y uno de los autores del informe.Continúa después de la publicidad.
Según el texto, actualmente el 72% de la superficie del planeta sin hielo es explotado por la humanidad. El uso intensivo de la tierra libera dióxido de carbono almacenado por la vegetación y también causa erosión, reduciendo la capacidad de la tierra para apoyar la siembra y manteniendo el CO2 libre de la atmósfera, advierten los científicos en un informe que un tercio de todos El suelo ya está degradado.
“Hoy, 500 millones de personas viven en áreas que sufren desertificación. Las personas que ya viven en áreas degradadas o desertificadas se ven cada vez más afectadas negativamente por el cambio climático ”, dijo Valérie Masson-Delmonte, vicepresidenta de uno de los tres grupos de trabajo del IPCC. "La forma en que hemos estado usando el suelo no es sostenible y contribuye al cambio climático", dijo, y señaló que el aumento de las temperaturas se suma a las actividades humanas depredadoras, lo que amplifica aún más la presión sobre el planeta.
Hambre y desperdicio
Jim Skea, copresidente de otro grupo de trabajo, señaló que, si la presión sobre el suelo no fuera suficiente, se pierde o desperdicia hasta el 30% de los alimentos. Esto en medio de informes recientes de que más de 820 millones de personas están desnutridas en el mundo. Recordó que con la población mundial estimada en llegar a 10 mil millones para 2050, la imagen empeorará.
En la conferencia de prensa, Skea enfatizó que los países deberían encontrar formas de lidiar con los desechos, reduciendo así la presión sobre el suelo y las emisiones de gases de efecto invernadero del cultivo de especies para biocombustibles. “Limitar el calentamiento global a 1.5 ° C o incluso 2 ° C implicará la eliminación de dióxido de carbono de la atmósfera, y la Tierra tiene un papel fundamental que desempeñar en esta tarea. Las prácticas agrícolas pueden ayudar a almacenar carbono en los suelos, pero también pueden significar usar más bioenergía con o sin captura y almacenamiento de carbono ”.
Emisión de CO2
Según el informe del IPCC, la agricultura, la silvicultura y otros usos de la tierra representan aproximadamente una cuarta parte de las emisiones de gases de efecto invernadero, un hecho que los responsables de las políticas deben tener en cuenta al decidir cómo invertir para adaptar y mitigar los efectos. del cambio climático. "Reducir las emisiones de gases de efecto invernadero de todos los sectores es esencial si queremos mantener la carga a 2 ° C", dijo Debra Roberts, vicepresidenta del grupo de trabajo II. Hans-Otto Pörtner, copresidente del Grupo III, destacó que tales medidas deben ser inmediatas. “No hay posibilidad de que alguien diga: 'Ah, está ocurriendo el cambio climático y nos adaptaremos a él. La adaptabilidad es limitada ".
En un comunicado, Paulo Adario, estratega forestal principal de la Organización No Gubernamental de Greenpeace, dijo que el informe del IPCC indica que reducir a cero las emisiones mundiales de combustibles fósiles ya no es suficiente. "Es esencial eliminar la deforestación, proteger y restaurar nuestros bosques y ecosistemas naturales, que son sumideros naturales de CO2, y reemplazar los productos agrícolas con alimentos sostenibles, reduciendo la producción y el consumo de carne, hoy el mayor vector de destrucción en la Amazonía y otros ecosistemas ".Continúa después de la publicidad.
Según el IPCC, el consumo de carne se ha más que duplicado en los últimos 60 años, ya que los suelos se han convertido para uso agrícola a un ritmo sin precedentes en la historia humana. Hoy en día, las emisiones del sistema alimentario en su conjunto, incluida la producción y el consumo, representan hasta el 37% de las emisiones globales totales de gases de efecto invernadero producidas por el hombre.  TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE

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