Energia eólica em Rio
Grande é tema do "Tá em Pauta" Leandro Carvalho
Diretor da Epcor Energia, Nilo Quaresma Junior, foi o
palestrante da reunião-almoço
O diretor da Epcor Energia, Nilo Quaresma Junior, foi o
palestrante da reunião-almoço “Tá em Pauta”, promovida nesta quarta-feira (25)
pela Câmara de Comércio e RBS, tratando
do tema energia eólica. Na oportunidade, ele comentou que o interesse no
desenvolvimento desse tipo de energia, renovável e produzida a partir da força
do vento, surgiu na década de 70, em função da crise do petróleo, quando houve
a necessidades de se investir em uma forma de energia alternativa, mais barata.
De acordo com Quaresma, somente 1% da energia produzida no mundo é gerada pelo
vento, a estimativa é que em 2020, 12% da energia gerada no planeta seja
eólica. O palestrante abordou também a evolução tecnológica dos aerogeradores.
Segundo ele, as primeiras unidades mediam cerca de 50m e tinham capacidade
geradora de 1MW. Os aerogeradores produzidos hoje medem cerca de 100m e possuem
o dobro da capacidade.
Brasil
No Brasil, 2,4% do potencial de energia eólica é
aproveitado. Os empreendimentos eólicos estão instalados nas regiões nordeste e
sul do País. Conforme Quaresma, o nordeste tem ventos mais constantes, mas no
sul a conexão elétrica é mais confiável. Além disso, ele explicou que as baixas
temperaturas do inverno no sul também têm mais energia pela densidade do ar que
aumenta no período. “No País, os investidores estão migrando para o sul,
principalmente pela capacidade do nosso sistema elétrico”, ressaltou.
RS possui 11% do
potencial eólico
Desde 2009, Quaresma contou que 7 mil GW em projetos foram
contratados no Brasil. Desses, 75% foram contratados através de leilão pelo
Governo Federal e 25% foram contratados no mercado livre, por grandes
consumidores. No Rio Grande do Sul, 868 MW foram contratados e outros 650MW
estão em construção. No Brasil são 7.014MW contratados e 3.011MW em construção.
De acordo com o palestrante, o RS possui 11% do potencial
eólico do Brasil e Rio Grande possui 10% do potencial do RS. A capacidade do
Município, segundo Quaresma, é de 11,5GW, respeitando-se as restrições
ambientais, a capacidade cai para 2GW. Para abastecer uma cidade como Rio
Grande são necessários cerca de 90MW, mas a energia produzida aqui é
distribuída para todo o Brasil, assim como acontece com todos os
empreendimentos eólicos contratados pelo Governo Federal.
Fabricação de
aerogeradores
Respondendo a uma pergunta do presidente da Câmara de
Comércio, Renan Lopes, sobre a possibilidade de se construir aerogeradores na
região, Quaresma explicou que pela quantidade de projetos em andamento (que
juntos poderão gerar 2 mil MW) e também pela facilidade de ter um porto na
cidade, isso pode ser viável. “Se houver força política de convite aos
fabricantes pode ser que se tenha êxito”, opinou.
Segundo Quaresma, a única empresa nacional que produz
aerogeradores é a Weg, com sede em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. Conforme
o palestrante, os 25 aerogeradores que compreendem o complexo eólico do Povo
Novo, serão produzidos pela Weg e terão capacidade geradora de 2,1MW cada um.
Já os aerogeradores que já estão instalados no Complexo Eólico do Senandes, com
capacidade de 2MW não são de fabricação nacional. Além da capacidade geradora,
o material da base dos aerogeradores diferem de um empreendimento para outro.
As unidades do Povo Novo terão base tubular de aço, já as unidades do Senandes
possuem estrutura de concreto.
Burocracia
Para que se viabilize a instalação de um parque eólico, são
necessários vários trâmites burocráticos. O palestrante explicou que antes de
participar do leilão de energia, são necessários três anos de medição do vento.
Depois de vencer o leilão, os empreendimentos têm três anos para começar a
produzir energia. Quando o prazo não é respeitado, Quaresma disse que são
cobradas multas exorbitantes. Desse prazo de três anos para a instalação, o
primeiro ano normalmente é voltado para a liberação da licença de instalação,
restando apenas dois anos para as obras. O palestrante explicou que, além do
tempo, há um investimento muito alto, já que uma licença de instalação custa em
média R$1 milhão.
Epcor em Rio Grande
A Epcor Energia está desenvolvendo em Rio Grande o Complexo
Eólico do Povo Novo (em fase inicial) e o complexo eólico do Senandes (em fase
final). O Complexo Eólico do Povo Novo, adquirido pela CEEE, venceu leilão de
energia A-3 do Governo Federal em novembro do ano passado. O empreendimento
compreende três centrais geradoras eólicas (CGE Fazenda Vera Cruz – 22,5MW, CGE
Curupira - 25MW e CGE Povo Novo – 7,5MW) com 25 aerogeradores ao todo e terá
uma potência instalada de 55MW (suficiente para alimentar uma cidade com cerca
de 200 mil habitantes). Este empreendimento ainda está em fase de liberação da
licença para a instalação.
Já o Complexo Eólico do Corredor do Senandes, adquirido pela
Odebrecht Energia, possui capacidade geradora de 108MW. Este projeto, assim
como os parques eólicos do Bolaxa e Stella Maris (que juntos possuem potência
instalada de 64MW), já está em fase final, com prazo para entrega da energia
para o próximo mês de julho. Junto ao empreendimento do corredor do Senandes,
está habilitado para participar do próximo leilão um projeto para gerar mais
72MW. A Epcor está ainda com cinco torres de medição de vento instaladas no
Município. Se todos os projetos forem habilitados e vencerem os próximos
leilões de energia, somados aos demais empreendimentos da empresa, que já estão
em andamento, calcula-se que, em cerca de cinco anos, as unidades eólicas
poderão gerar em torno de 1.200 MW de energia ao todo. Por Tatiane Fernandes
TOMADO DE AGORA DE RGS BR
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