sábado, 14 de junio de 2014

Guardiões de Sementes


 Projeto Guardiões de Sementes já apresenta resultados em Rio Grande
Foto: Fabio Dutra
Rio Grande faz parte do projeto através de uma iniciativa da Secretaria de Município de Desenvolvimento Primário
de todas as diversidades climáticas que atingiram a região no último ano, os 15 agricultores que aderiram, em março de 2013, ao projeto Guardiões de Sementes, desenvolvido pela Embrapa Clima Temperado, já estão apresentando resultados.
Rio Grande faz parte do projeto através de uma iniciativa da Secretaria de Municipio de Desenvolvimento Primário, em parceria com a Embrapa. O Guardiões de Sementes tem o objetivo de recuperar sementes crioulas com agricultores familiares, resguardando desta forma as características específicas de cada local, buscando desenvolver novas cultivares. O aproveitamento dessas sementes crioulas é de fundamental importância para a sustentabilidade da agricultura brasileira, de acordo com o instituto de pesquisa.
 Milho branco (milho catete), feijão vermelho miúdo e ervilha são algumas sementes crioulas da região do Rio Grande que foram resgatadas com uma família do Povo Novo. Elas foram encaminhadas à Embrapa para serem recuperadas e depois distribuídas entre os quinze agricultores do Rio Grande que fazem parte do projeto.
Segundo o secretário adjunto de Desenvolvimento Primário, Cledenir Mendonça, os agricultores plantaram e já estão começando a retornar com sementes produzidas por eles. Um desses agricultores é Alaor Mortola, de 67 anos, que diz com orgulho que só planta sementes crioulas em sua propriedade no Povo Novo. "Com as sementes crioulas posso produzir sem agrotóxicos, elas se adaptam bem ao nosso clima", destacou o agricultor.
Ele é o único produtor de semente de milho branco (milho catete), que foi recuperada com a família Barroco, também do Povo Novo. "O senhor Barroco está com 87 anos e disse que não tinha mais interesse em plantar, então doou as matrizes da semente de milho catete que tinha para o projeto", revelou o secretário.
Outra semente resgatada por seu Alaor é a de feijão sopinha, que chegou ao Brasil de uma forma curiosa. As sementes teriam vindo presas entre os cabelos das escravas, contou Mendonça. De acordo com o secretário adjunto, é objetivo do projeto também resgatar a memória social das sementes
Mendonça revela que, para 2014, levando em consideração o resultado já alcançado no primeiro ano do projeto na cidade, a ideia é tentar dobrar o número de agricultores que fazem parte do projeto, além de tentar estendê-lo na área urbana, realizando o plantio das sementes em áreas de escolas . "Vamos tentar chegar a trinta agricultores e já fizemos o contato com as escolas Assis Brasil e Valdir de Castro para levar o projeto para o meio urbano também", concluiu o secretário.
Por Eduarda Toralles – TOMADO DEAGORA DE RGS BR 

No hay comentarios: