Aplicada em duas doses, vacina provoca reação imunológica à
presença do novo coronavírus em oito voluntários. Farmacêutica americana
planeja finalizar os próximos testes, voltados para a eficácia e a
segurança da
abordagem, até o fim do ano
VS Vilhena Soares
Doze grupos de pesquisa estão na fase de testes de vacina em
humanos. Alguns querem produzir doses em larga escala antes dos resultados
finais(foto: Karoly Arvai/AFP)
Uma vacina para a covid-19 pode estar mais próxima de se
tornar realidade. A empresa farmacêutica Moderna finalizou os primeiros testes
de uma fórmula imunizadora em humanos e divulgou os resultados iniciais da fase
clínica, considerados “positivos” pela equipe. Segundo a companhia
norte-americana, após receber duas doses, oito voluntários apresentaram níveis
de anticorpos semelhantes aos de pessoas que foram curadas da doença. Os
criadores da vacina acreditam ser possível concluir toda a pesquisa e ter uma
imunização disponível ainda neste ano.
Os pesquisadores ressaltam que o teste sinaliza que a vacina, chamada mRNA-1273, desencadeia uma resposta imune à presença do novo coronavírus e “tem potencial para prevenir a covid-19”. “A fase provisória 1, embora em estágio inicial, demonstrou que a vacinação com o mRNA-1273 produz uma resposta imune da mesma magnitude que a provocada pela infecção natural”, explica Tal Zaks, diretor médico da companhia, em comunicado.
Os investigadores também destacaram que não foram observados efeitos colaterais fortes, uma das maiores preocupações em testes do tipo. No ensaio, os voluntários foram divididos em três grupos, que receberam doses diferentes da vacina (alta, média e baixa), com reforço após 28 dias. Como a reação imune ocorreu em todos os participantes, os cientistas decidiram eliminar as mais fortes.
Os pesquisadores ressaltam que o teste sinaliza que a vacina, chamada mRNA-1273, desencadeia uma resposta imune à presença do novo coronavírus e “tem potencial para prevenir a covid-19”. “A fase provisória 1, embora em estágio inicial, demonstrou que a vacinação com o mRNA-1273 produz uma resposta imune da mesma magnitude que a provocada pela infecção natural”, explica Tal Zaks, diretor médico da companhia, em comunicado.
Os investigadores também destacaram que não foram observados efeitos colaterais fortes, uma das maiores preocupações em testes do tipo. No ensaio, os voluntários foram divididos em três grupos, que receberam doses diferentes da vacina (alta, média e baixa), com reforço após 28 dias. Como a reação imune ocorreu em todos os participantes, os cientistas decidiram eliminar as mais fortes.
Prevista para junho, a segunda etapa dos ensaios clínicos
será voltada para a eficácia da fórmula e terá 600 voluntários. A fase 3, quando
serão avaliadas eficácia e segurança da fórmula, deve ocorrer em julho,
enquanto a agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, o FDA, finaliza
o protocolo necessário para as análises. “Se esses testes derem certo, uma
vacina poderá ficar disponível para uso generalizado até o fim deste ano ou no
início de 2021”, afirma Tal Zaks.
Cautela
Stephen Evans, professor de Farmacoepidemiologia da Escola de Medicina Tropical e Higiene de Londres, recebeu a notícia com cautela. O especialista ressaltou que os testes foram feitos em pessoas relativamente jovens e que o vírus é mais perigoso para populações acima de 70 anos de idade. “Também é difícil ter certeza dos resultados a partir de um comunicado de imprensa”, frisa, em entrevista à agência France-Presse de notícias (AFP). A pesquisa não foi divulgada em uma revista científica, condição que depende da revisão do estudo por especialistas na área, entre outros critérios.
O especialista britânico acrescentou que apenas os resultados clínicos da terceira fase poderão confirmar a eficácia da abordagem. Maria Elisa Bertocco Andrade, coordenadora do Departamento Científico de Provas Diagnósticas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), concorda. “Os pesquisadores explicam que pretendem acompanhar todos os participantes do estudo por um ano. Só com esse tempo poderemos ter certeza de que a proteção vista é realmente duradoura, não temos outra saída a não ser esperar”, justifica. A imunologista brasileira também pondera que é importante observar se a vacina conseguirá gerar os mesmos resultados em pessoas mais velhas. “Esse primeiro grupo foi formado por indivíduos de 18 a 55 anos. Os cientistas destacam que pretendem vacinar pessoas acima de 55 anos e até um grupo acima de 71 anos. Esse é um passo essencial, já que a doença atinge de forma severa principalmente os idosos”, diz.
Uso de RNA
O procedimento usado para fabricar a vacina é conhecido como RNA mensageiro, que, até o momento, não resultou na produção de uma vacina liberada para uso em humanos, mas é testado por outros grupos de estudo. Nessa estratégia, utiliza-se uma forma sintética da molécula RNA mensageiro, que é a responsável por transmitir informações contidas no DNA para os ribossomos. Isso possibilita a produção de proteínas. No caso da covid-19, o RNA sintético estimula o corpo a produzir proteínas semelhantes à do vírus para que o organismo da pessoa infectada saiba identifique a ameaça e comece a combatê-la.
No momento, há 12 ensaios clínicos de vacinas para a Covid em andamento, sendo que metade é da China, segundo levantamento da Escola de Medicina Tropical e Higiene de Londres. Nos EUA, o governo apoia o projeto da Moderna,a pesquisa da farmacêutica Johnson & Johnson e a do laboratório francês Sanofi, que tem centros de estudos no país.
Cautela
Stephen Evans, professor de Farmacoepidemiologia da Escola de Medicina Tropical e Higiene de Londres, recebeu a notícia com cautela. O especialista ressaltou que os testes foram feitos em pessoas relativamente jovens e que o vírus é mais perigoso para populações acima de 70 anos de idade. “Também é difícil ter certeza dos resultados a partir de um comunicado de imprensa”, frisa, em entrevista à agência France-Presse de notícias (AFP). A pesquisa não foi divulgada em uma revista científica, condição que depende da revisão do estudo por especialistas na área, entre outros critérios.
O especialista britânico acrescentou que apenas os resultados clínicos da terceira fase poderão confirmar a eficácia da abordagem. Maria Elisa Bertocco Andrade, coordenadora do Departamento Científico de Provas Diagnósticas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), concorda. “Os pesquisadores explicam que pretendem acompanhar todos os participantes do estudo por um ano. Só com esse tempo poderemos ter certeza de que a proteção vista é realmente duradoura, não temos outra saída a não ser esperar”, justifica. A imunologista brasileira também pondera que é importante observar se a vacina conseguirá gerar os mesmos resultados em pessoas mais velhas. “Esse primeiro grupo foi formado por indivíduos de 18 a 55 anos. Os cientistas destacam que pretendem vacinar pessoas acima de 55 anos e até um grupo acima de 71 anos. Esse é um passo essencial, já que a doença atinge de forma severa principalmente os idosos”, diz.
Uso de RNA
O procedimento usado para fabricar a vacina é conhecido como RNA mensageiro, que, até o momento, não resultou na produção de uma vacina liberada para uso em humanos, mas é testado por outros grupos de estudo. Nessa estratégia, utiliza-se uma forma sintética da molécula RNA mensageiro, que é a responsável por transmitir informações contidas no DNA para os ribossomos. Isso possibilita a produção de proteínas. No caso da covid-19, o RNA sintético estimula o corpo a produzir proteínas semelhantes à do vírus para que o organismo da pessoa infectada saiba identifique a ameaça e comece a combatê-la.
No momento, há 12 ensaios clínicos de vacinas para a Covid em andamento, sendo que metade é da China, segundo levantamento da Escola de Medicina Tropical e Higiene de Londres. Nos EUA, o governo apoia o projeto da Moderna,a pesquisa da farmacêutica Johnson & Johnson e a do laboratório francês Sanofi, que tem centros de estudos no país.
Além de buscar uma fórmula que funcione, cientistas e
empresas correm contra o tempo para ter condições de produzi-la em grande
escala. Com essa preocupação, os laboratórios envolvidos na empreitada
anunciaram que começarão a produzir doses antes do fim dos testes em humanos. A
Moderna anunciou uma parceria com a gigante Lonza para aumentar sua capacidade
de produção e poder fabricar até 1 bilhão de doses em um ano. // tomado de correio brasiliense
No hay comentarios:
Publicar un comentario