MEIO AMBIENTE MP
estuda recurso sobre compensações ambientais
Parques recebem novas árvores após o temporal do dia 29 de
janeiro
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Suzy Scarton
As compensações ambientais na Capital já foram alvo de
inquérito civil, instaurado pelo Ministério Público (MP) do Estado do Rio
Grande do Sul em 2012. O órgão constatou que os valores destinados pelos
empreendimentos para as compensações ambientais, administrados pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente (Smam), estavam sendo utilizados para compra de
equipamentos e contratação de mão de obra terceirizada. Na época, a destinação
que a Smam fazia tinha respaldo legal através do Decreto Municipal nº 17.232,
de 2011. O MP pediu a anulação parcial do decreto, e, mais tarde, ele foi
revogado pela prefeitura com a publicação da Lei Complementar nº 757, que
entrou em vigor em janeiro de 2015.
Uma vez que o Decreto nº 17.232, alvo da ação, deixou de
valer, a juíza responsável acabou anulando o processo. No entanto, a Promotoria
do Meio Ambiente não concorda com a posição e estuda a possibilidade de entrar
com um recurso para que a ação seja retomada. Como o processo está em
andamento, o MP preferiu não dar mais detalhes sobre o assunto.
Além disso, em 2014, o então secretário do Meio Ambiente
Claudio Dilda foi convidado a dar explicações a respeito de uma inspeção feita
pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que analisou o período de 2007 a 2012,
citando a falta de controle sobre os Termos de Compensação Vegetal (TCVs)
firmados com as empresas, a não aplicação de multas por descumprimento dessas
compensações, além de uma inadimplência de cerca de R$ 4 milhões relativa às
compensações que não foram realizadas e de outros R$ 2,4 milhões que não foi
possível confirmar se foram ou não realizadas, por conta da ausência de
documentos.
A Lei Complementar nº 757 estabeleceu regras para a
supressão, o transplante e a poda de espécimes vegetais em Porto Alegre. Pela
lei, essas ações só podem ser efetuadas mediante autorização da Smam. Além
disso, ficou decretado que a supressão de vegetais deverá ser ambientalmente
compensada por meio de plantio de espécies vegetais nativas no local onde se
deu a supressão. A lei prevê que, para que haja intervenção no vegetal, seja
assinado um TCV, emitido pela Smam.
"Nenhuma licença de empreendimento é liberada sem que
seja cumprida a compensação. A empresa é obrigada a fazer depósitos no Fundo
Municipal do Meio Ambiente", esclarece Léo Bulling, titular da Smam.
Quando a compensação por meio de plantio não for possível, deverá haver a
compensação do total ou da fração faltante por meio da obtenção de Certificado
de Compensação por Transferência de Serviços Ambientais, com o valor
equivalente às mudas que deveriam ser plantadas. Ou seja, caso 10 árvores sejam
derrubadas em um terreno, seja individual ou empresarial, o responsável precisa
repor esses vegetais. Caso o terreno não comporte esse total, a lei permite que
valor equivalente seja repassado à Smam.
De acordo com Bulling, a compensação em dinheiro permite que
a pasta invista na preservação de áreas do município, adquirindo e ampliando
reservas. "Assim, todo um espaço fica protegido. Nossa intenção é ampliar
a Reserva do Lami, do Parque Natural Morro do Osso, no bairro Ipanema, e do
Refúgio de Vida Silvestre São Pedro." O secretário afirma que eventuais
problemas com a compensação ambiental já foram devidamente corrigidos pela
pasta.
Parque da Harmonia ganha 25 mudas em ação de replantio
Exatos cinco meses depois do temporal de 29 de janeiro, que
causou a queda de mais de 3 mil árvores e vegetais em Porto Alegre, a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente deu início a uma ação de replantio de 25
mudas no parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Harmonia, um dos mais afetados
pela tempestade. Na semana passada, a Smam já havia replantado algumas nas
avenidas José Bonifácio e Bento Gonçalves e na rua Santana. Em seguida, a ação
seguirá para os parques da Redenção e Marinha do Brasil, dois dos quais também
sofreram com a queda de árvores.
No Harmonia, o replantio se concentrou na área das
churrasqueiras, e foram plantadas espécies como ingá, aguaí, cateretê,
capororoca, sobragi e pau-gambá, todas nativas à mata ripária, características
do local. Não existe um número de mudas específico a ser plantado em cada
região de Porto Alegre, variando de acordo com necessidade ou demanda dos
moradores. Na Praça Estado de Israel, no bairro Menino Deus, por exemplo, foram
plantadas 17, uma vez que os moradores do entorno acharam que a área ficou
muito aberta sem as árvores que caíram. Segundo a pasta, as mudas, que possuem
entre 1,60 a 1,80 metros, levarão de quatro a cinco anos para crescer a ponto
de produzir sombra.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Léo Buling, explica
que, para o Harmonia, existe o projeto de realizar um plantio no entorno, onde
há falhas na vegetação. "O parque precisa ser bem arborizado, em virtude
da frequência dos eventos realizados aqui, e tem espaço para mais
plantio", considera. Além do orçamento total da pasta, o plantio também
pode ser feito com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente. Tomado de
journal do comercio de rgs br
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