"MANDIOCA:
ELEITA PELA ONU COMO O "ALIMENTO DO SÉCULO 21""
Eleita pela Organização das Nações Unidas, a ONU, como o
alimento do século 21, ela é reverenciada por aqui há muito tempo e chegou a
ser apelidada de “rainha do Brasil”. Sua majestade, a mandioca, já imperava
absoluta muito antes de os colonizadores portugueses desembarcarem em
terras
tupiniquins.
Era o segredo de disposição dos antigos povos indígenas e
também passou a ser fonte de energia para muitos dos europeus, que, deste lado
do Atlântico, trocaram o pão de trigo pelo beiju. Aliás, passados mais de 500
anos, hoje observamos um movimento bastante parecido: o pãozinho francês está
perdendo seu trono para a tapioca.
Pique extra
Variar o cardápio é sempre uma ótima pedida, ainda mais
quando o ingrediente substituto é fonte de substâncias preciosas. No caso dessa
raiz, que, dependendo da região, é conhecida como aipim ou macaxeira, devemos
pedir destaque para 2 tipos de carboidrato, a amilopectina e a amilose.
A dupla faz a glicose ser liberada mais lentamente para o
corpo. E essa nobre atuação evita picos de açúcar no sangue, o que poupa o
pâncreas de trabalhos exaustivos, reduzindo o risco de diabete tipo 2.
Ainda graças ao majestoso arranjo de amido e fibras, a
sensação de saciedade é prolongada, o que atenua os ataques de gula. Não
bastasse, o mecanismo garante fôlego por longos períodos, daí a mandioca
contribuir para que tenhamos energia de sobra.
Versátil, a mandioca é soberana na culinária brasileira,
entre seus derivados, a farinha reina na cozinha sertaneja e acompanha desde o
feijão até a carne-seca, passando por pratos de cozidos, entre outras parcerias
deliciosas. Já o tacacá, caldo que antes preenchia cuias apenas na Região
Norte, hoje é apreciado também em restaurantes mais ao sul do país.
Atualmente, porém, o maior sucesso derivado da raiz é, sem
dúvida, a tapioca.
E aí a criatividade do mestre-cuca conta pontos, para o bem
e o mal. Nas receitas originais, o peixe, o coco ralado e o queijo coalho são
as opções de recheio, mas agora é possível encontrar versões com leite
condensado, brigadeiro e afins.
Mandioca mais
colorida e nutritiva
Para quem aprecia o sabor do vegetal in natura, a sugestão é
cozinhar com um fio de óleo para ajudar na retenção de nutrientes.
Além do carboidrato, o aipim nos presenteia com fibras,
oferece vitamina C e, ainda, minerais como o potássio, o magnésio e o cálcio.
E, por obra de pesquisas e cruzamentos entre variedades, sua
polpa branca tem sido realçada com tons amarelos vindos dos carotenoides,
pigmentos famosos pela potente ação antioxidante e protetora contra doenças do
envelhecimento.
Um conselho
Na hora da compra, observe se a raiz tem cor uniforme –
branca ou amarela, conforme a qualidade, mas nunca cinza. Recuse as que
apresentarem manchas ou estrias escuras, e um segredo para deixa-las macia é
mantê-las imersa na água do cozimento até o momento de servir.
Os filhos da mandioca
Sagu: feitas a partir da fécula de mandioca, bolinhas de
amido se tornam deliciosamente gelatinosas quando são umedecidas. Costumam
aparecer no preparo de um doce que leva também vinho, cravo e açúcar.
Polvilho: ele resulta da decantação da mandioca e passa por
uma etapa de fermentação. O tipo azedo é usado no pão de queijo e nos
sequilhos. Já o polvilho doce é ingrediente da chipa, biscoito da culinária
paraguaia. Prefira os polvilhos frescos, menos industrializados, que têm sabor mais
marcante.
Farinha: o mais popular derivado surge depois que a mandioca
é descascada, deixada de molho e espremida. A farinha entra na receita de
massas e bolos e é a base da tradicional farofa, que vai bem com feijoada e
carne de sol, entre outros pratos.
Tapioca: a goma usada para a receita é produto que sobra no
fundo do tacho durante o processo de obtenção da farinha. Na hora de preparar,
priorize o ingrediente fresco para sentir melhor o seu gostinho.
Fonte: Revista Saúde
TOMADO DE FACE DE ELSA MARIA TOURINO GIRARDI
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