Brasil tem 45.467 mortes e 929.149 casos de Covid-19,
aponta consórcio de veículos de imprensa no boletim das 8h
Vítima de Covid-19 é enterrada em cemitério no Pará Foto:
TARSO SARRAF/AFP / TARSO SARRAF/AFP
RIO - O Brasil chegou a 45.467 mortes e 929.149 contaminados
pelo coronavírus, de acordo com boletim divulgado por veículos de imprensa às
20h. O levantamento foi realizado com dados das secretarias estaduais de Saúde,
obtidos por um consórcio de veículos de imprensa, formado por O GLOBO,
Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo.
Somente Roraima, Goiás e o Distrito Federal atualizaram seus
números em relação à última atualização dos dados, às 20h do dia anterior.
O Brasil registrou, na última terça-feira, 1.338 novos
óbitos e 37.278 novas infecções por coronavírus — o maior índice de casos já
contabilizado no período de um dia desde o início da pandemia — e se aproxima
da marca de um milhão de contaminados.
Recordes em SP
O estado de São Paulo registrou um novo recorde de mortes na última terça-feira em
decorrência do coronavírus. Segundo boletim divulgado pelo comitê de
enfrentamento à doença, foram 365 novos óbitos e 8.825 novos casos. O recorde
anterior ocorreu na terça-feira passada, quando houve registro de 334 óbitos em 24 horas.
Pesquisadores do Centro de Contingência da Covid-19 do
estado avaliam que o número de novos óbitos reflete o cenário de 20 ou 30 dias
atrás, e que é necessário avaliar a disseminação da doença para o interior
paulista.
O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde registrou
esta terça-feira 34.918 novos casos e 1.282 novas mortes por Covid-19. Com a
atualização, o país chega à casa de 923.189 ocorrências e 45.241 óbitos desde o
início da pandemia. Das novas mortes registradas pela pasta, 472 ocorreram nos
últimos três dias.
Os pacientes com Covid-19 ganharam esta terça-feira uma nova
esperança para seu tratamento. De acordo com um ensaio clínico coordenado pela
Universidade de Oxford (Reino Unido), a dexametasona, um medicamento barato e amplamente disponível
no mundo, pode ajudar no tratamento da doença.
O uso de doses baixas do corticoide reduziu em um terço as
mortes de pacientes internados com ventiladores mecânicos. Sua eficácia, porém,
não foi comprovada em pessoas que apresentam sintomas leves da
enfermidade. Os testes já são realizados em 40 hospitais brasileiros.
No Reino Unido, a farmacêutica britânica AstraZeneca já
testa uma vacina contra a Covid-19 em humanos. A imunização,
segundo o presidente da empresa, Pascal Soriot, pode ser de até um ano.
Estabilização
O Brasil completa esta quarta-feira três semanas com o ritmo
de registro de mortes por Covid-19 entrando em estabilização. Quando se
considera uma média semanal de óbitos (para descontar os atrasos de notificação
dos finais de semana), desde o dia 26 de maio o país está em um patamar médio
de 985 vítimas por dia, sem oscilar mais que 6% desse valor.
Nos gráficos epidemiológicos, o número de casos e mortes
assume aos poucos a forma de platô — o que, em outros países, representou o
pico da ocorrência de Covid-19. Essa realidade, no entanto, esconde diferenças
locais. Enquanto os estados onde a pandemia chegou antes, Rio de Janeiro e São
Paulo, puxam a tendência de estabilização, outros, como Paraná e Paraíba
assistem a epidemia começando a ganhar impulso. O retrocesso de um lado anula o
avanço de outro na média nacional.
O estado do Rio chega até a insinuar uma queda um pouco mais
clara no número de mortes por dia na última quinzena, passando de
aproximadamente 200 para 140. São Paulo, no entanto, não conseguiu rebaixar
este patamar da mesma forma.
O comportamento desordenado do coronavírus Brasil afora
deve-se às proporções continentais do país. Grupos de estudo e modelagem da
Covid-19 avaliam que há vários focos de epidemia no território nacional. No
eixo Rio-São Paulo, por exemplo, a maior preocupação é o registro de casos nos municípios do interior, onde há baixa
capacidade de testagem e infraestrutura hospitalar precária para o atendimento
a pacientes. Já a disparada na curva de óbitos dos estados do Sul seria
explicada pelo fato de que a região foi a última a ser acometida pelo
coronavírus.
— Em um país de nosso tamanho, cada cidade e estado reagirão
de maneira única. Devemos ter diretrizes nacionais para uso de testes, mas as
medidas de contenção e o relaxamento (para circulação de pessoas) serão
decididas regionalmente — explica a microbiologista Natalia Pasternak,
pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Outro desafio, segundo Pasternak, é a subnotificação.
Em Minas Gerais, por exemplo, houve um aumento desproporcional
no diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave e um registro tímido de
Covid-19 — ambas as doenças têm sintomas semelhantes.
As medidas tomadas recentemente por governantes, como
a reabertura de shoppings no Rio e em São Paulo, podem
acentuar a quantidade de contaminações e, em algumas semanas, dado o tempo
necessário para a incubação do vírus, também o número de óbitos. Tomado de
envio de extra br
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