Movimento separatista entrega manifesto à Assembleia, em
Porto Alegre
Grupo, que circulou a cavalo pelo Centro, pretende fazer
plebiscito informal em 2016
Por: Marcelo Gonzatto Movimento separatista entrega
manifesto à Assembleia, em Porto Alegre
Vinicius Reis/Assembleia
Legislativa/Divulgação
Defensores da independência do Sul se reuniram diante da
entrada da Assembleia
Foto: Vinicius Reis / Assembleia Legislativa/Divulgação
Montados a cavalo e com bandeiras dos três Estados do Sul em
mãos, integrantes de movimentos separatistas entregaram um manifesto pela
independência da região na Assembleia e no Palácio Piratini, em Porto Alegre,
na manhã desta quinta-feira. Uma das intenções da comitiva é realizar uma
espécie de plebiscito informal, em outubro do ano que vem, para medir a adesão
popular à causa.
Participantes dos grupos O Sul é o Meu País e RS Livre foram
recepcionados pelo presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), diante da
entrada principal. Brum informou que receberia o documento, de acordo com seu
papel institucional, e o encaminharia para análise dos demais deputados. Como muitos dos manifestantes estavam a cavalo, o encontro
ocorreu fora das dependências da Casa. Além das bandeiras dos Estados do Sul,
também eram exibidas flâmulas azuis com três estrelas representando o novo país
sonhado pelos descontentes.
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Depois de entregarem os papéis pedindo apoio da Assembleia
ao rompimento do Rio Grande do Sul com a União, os defensores da separação
rumaram ao Palácio Piratini, onde esperavam participar de uma audiência com o
governador José Ivo Sartori. Porém, a assessoria de Sartori explicou que o
governador teve outro compromisso no mesmo horário, e a comitiva acabou
recebida pela chefia de gabinete do Piratini.
O diretor jurídico do movimento O Sul é o Meu País, Adelar
Bitencourt Rozin, afirma que a situação conturbada do Brasil vem estimulando a
defesa da independência. A intenção do grupo é realizar um plebiscito informal,
no mesmo dia das eleições do ano que vem, para consultar a população sulista
sobre a ideia de isolar a região do restante do país.
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— Pretendemos colocar urnas paralelas do lado de fora (das
seções eleitorais) para saber a opinião da população. Hoje, o pacto federativo
é fictício porque, para existir, os Estados deveriam ter autonomia financeira e
administrativa. O Rio Grande do Sul não tem nenhuma — argumenta Rozin.
O cientista político Paulo Moura, coordenador do curso de
Ciências Sociais da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), considera a pauta
em favor da separação do Estado um "projeto utópico".
— Não vejo futuro em nenhum movimento separatista. Seria
mais produtivo debater um novo pacto federativo e fiscal, pelo qual a maior
parte dos impostos arrecadados ficasse nos Estados e nos municípios. Não vejo
qualquer chance da ideia de separação prosperar. É folclore — avalia Moura.
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