Falta de energia elétrica deixa moradores isolados em São
Paulo
andré
monteiro, de são paulo , olívia
florência, colaboração para a folha
Na tarde de ontem, cerca de 24 horas depois do temporal, o prédio
ainda estava sem energia. A comida na geladeira já começava a estragar e nem a
bateria das luzes de emergência aguentaram.
"Ela mora
sozinha, fico apreensiva. Estou sempre aqui, mas, se acontecer uma emergência,
fica difícil até para uma ambulância", disse.
O motivo do blecaute
estava logo em frente. Uma tipuana centenária tombou no temporal de anteontem.
Com mais de 30 metros, ela só não bateu no prédio porque atingiu a rede
elétrica. E parou no carro de Luís Carlos Silva, 52, porteiro de outro edifício.
Além dos transtornos
que se espalham pelas ruas da cidade, os temporais também trazem problemas da
porta para dentro, deixando moradores totalmente ilhados.
Avener
Prado/Folhapress
Zailah Murano serve
comida para a mãe, Liliane, 85, isolada no 13º andar de seu prédio, na alameda
Casa Branca
No Itaim Bibi (zona
oeste), em alguns prédios a falta de energia vinha acompanhada de torneiras
vazias, já que o abastecimento das caixas d'água depende de bombas.
José Roberto, 64, e
Marli Ribeiro, 60, cuidam do neto de dez meses em um prédio assim. Ontem, ao
chegarem no local, tiveram que vencer 16 andares de escada.
"Tenho pressão
alta e fiquei muito cansada. A gente está ilhada com um bebê, que precisa tomar
banho. E imagina quando as mamadeiras limpas acabarem? É uma situação
calamitosa", lamentou a avó Marli.
Enquanto os avós
tiveram que subir, a filha, grávida de sete meses, teve que tomar cuidado para
descer as escadas --ela tinha um exame.
Árvore danifica carro e interrompe o tráfego fica na alameda
Casa Branca, na região do Jardins, zona oeste de SP, após cair com a forte
chuva que atingiu a cidade ontem
BOMBEIROS
Na alameda Casa Branca, o corte da tipuana que interditava a
via só começou mais cedo por causa do trote de um morador desesperado.
Desde a manhã,
moradores da região relatavam ter telefonado à AES Eletropaulo para saber
quando a energia seria retomada. Funcionários a serviço da empresa diziam que,
por causa de riscos, não podiam mexer na rede e aguardavam a chegada dos
bombeiros.
A corporação diz
atender primeiro as ocorrências com risco à vida ou ao patrimônio, e que havia
muitos pedidos para corte de árvores na fila.
De acordo com o
tenente Augusto Nacano, um morador telefonou para os bombeiros informando que
havia fogo em um apartamento. Sua equipe só descobriu que se tratava de alarme
falso quando chegou, por volta das 13h.
"Estávamos
cortando outra árvore na Vila Mariana, pois havia risco de uma casa desabar.
Mas, como incêndio é prioridade, viemos para cá. Esse tipo de coisa [trote] só
prejudica o nosso trabalho."
Como já estava no
local, a equipe começou o corte e outra foi enviada para concluir o trabalho na
Vila Mariana.
Tomado de Folhia de San Pablo
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