Análise de
DNA mostra que cachorros foram da Ásia para as Américas
- Estudo reforça teorias de que a
domesticação dos animais começou na China
Peony, um
dos cachorros da Carolina que tiveram seu DNA estudado na pesquisaJohn W.
Adkisson/The New York Times
BISHOPVILLE,
Carolina do Sul, EUA - Dentro de uma área de um acre no pântano do Rio Lynches,
no centro da Carolina do Sul, os sete cães primitivos de Don Anderson ficam
alertas à aproximação de estranhos. De tamanho médio, eles circulam pelo
habitat improvisado em um ferro-velho, com alguns grandes barris para cavarem
por baixo, uma cobertura abandonada de um veículo utilitário, pedaços de uma
mangueira preta de plástico e montes de terra com capim na altura da cintura.
São
cachorros da Carolina, e embora sejam amigáveis, pode-se perceber instantaneamente
que eles são diferentes de outros cães. Vários correm para o portão, com seus
corpos inteiros balançando animadamente. Outros fogem e tomam posição - suas
orelhas de chacais totalmente eretas, seus rabos em forma de anzol oscilando
como uma bandeira sob o vento forte. Uma filhote preta recua submissa em um
passo de caranguejo que eventualmente a faz entrar em uma toca subterrânea,
cavada tão profundamente que ela não é mais vista. Caminhar pela área é
perigoso por esta única razão: um dos hábitos que definem estes cães é a
escavação de buracos do tamanho de galões, talvez para buscar raízes ou ruminar
o solo para absorver nutrientes.
- É como
uma paisagem lunar - alerta Anderson enquanto caminhamos cuidadosamente pelo
matagal.
Alguns
cachorros da Carolina ainda vivem na natureza, e os habitantes locais há muito
acreditam que ela é uma das poucas raças que existiam antes da chegada dos
europeus às Américas.
- É nosso
cão nativo - afirma Michael Ruano, outro entusiasta que frequentemente trabalha
com Anderson. - É o cachorro natural da América.
Agora, um
novo estudo do DNA dos canídeos apoia esta crença. Uma equipe liderada por
Peter Savolainen, do Real Instituto de Tecnologia da Suécia, relatou que várias
raças de cães das Américas - entre elas o cão pelado peruano, o chihuahua e o
cachorro da Carolina - não têm os marcadores genéticos indicativos de uma
origem europeia, sugerindo que chegaram ao continente em uma migração anterior
proveniente da Ásia.
O estudo
também reacende antigo debate sobre onde e como os cães foram domesticados. A
teoria atual especula que eles são descendentes de lobos que de alguma forma se
juntaram aos humanos entre 12 mil e 33 mil anos atrás - uma amizade antiga que
tem uma longa presença no folclore humano.
Mas onde
isso aconteceu ainda é objeto de discussão. Alguns dizem que os cachorros
emergiram no Oriente Médio. Já outros apontam para uma área ao Sul do Rio
Yangtze, na China. O estudo de Savolainen fornece mais evidência a favor da
hipótese da China e, como resultado, também favorece a ideia de que os cães
domesticados cruzaram a ponte criada pela Idade do Gelo no Estreito de Bering
há cerca de 12 mil anos.
TOMADO DE O GLOBO DE
BR
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