Economistas expõem dificuldades a serem enfrentadas para que
Rio Grande do Sul possa crescer Por: Zero Hora
Com o tema "Como desenvolver o Estado sem recursos", o debate
iRS 2016 traz Darcy Francisco Carvalho dos Santos (esquerda) e Ely José de
Mattos, com mediação de Marta Sfredo
Foto:
André Ávila / Agencia RBS
Um caminho complicado é projetado por economistas para que o
Rio Grande do Sul possa voltar a se desenvolver, especialmente por não dispor
de recursos públicos para isso. Ao abordar o desequilíbrio entre despesas e
receitas do Estado, o professor de Economia do Desenvolvimento Ely José de
Mattos e o economista Darcy Francisco Carvalho dos Santos participaram nesta
terça-feira do primeiro iRS Debates 2016. Realizado na sede do Grupo RBS, em
Porto Alegre, com mediação de Marta Sfredo, jornalista e colunista de Economia
de ZH, o encontro abordou o tema "Como desenvolver o Estado sem
recursos".
O desafio para o governo estadual é visto pelos
especialistas como extremamente difícil, principalmente pela falta de dinheiro
em caixa.
— É impossível desenvolver o Estado no sentido amplo, sem
ter dinheiro. Quando o Estado está sem dinheiro, nós também estamos — disse
Ely.
Para Darcy, o Rio Grande do Sul ainda está ligado a questões
do passado, que impedem a organização das finanças públicas para obter algum
tipo de superávit (mais receita do que despesa). Entre os pontos críticos,
destacou o alto custo com inativos, que consome recursos do caixa que poderiam
ser usados em outras áreas.
— Sempre fomos um Estado deficitário — afirmou. — Não
fizemos no passado um fundo de previdência para os servidores, tanto que hoje o
déficit é de R$ 8,5 bilhões. De tudo o que Estado arrecada, um terço vai para
pagar a Previdência. Não nos demos conta disso no passado e fomos fazendo
coisas erradas.
Nesse sentido, a situação atual do Rio Grande do Sul é vista
com cautela.
— Temos um cenário bastante pesado, bastante desafiador, em
que a macroeconomia não ajuda, e tudo o que temos de investimento no Estado nos
últimos 20 anos parece não estar ajudando também — destacou Ely.
Resultados positivos nas contas públicas se tornaram mais
exceção do que regra, e agravam esse cenário.
— Hoje, de tudo o que se arrecada, 61% vai para municípios,
para educação, saúde. Sobram 39% de recursos livres, mas as despesas equivalem
a 52%. Então faltam sempre 13% da receita, em torno de R$ 5 bilhões.
Além de um ajuste nas contas, a motivação da população
também é considerada fundamental pelos especialistas para que o Estado cresça.
— A gente precisa é entender que as coisas vão ter que
acontecer em algum momento.
Já é o terceiro ano nesta situação, e a gente precisa ir
adiante. Então a motivação é importante — diz Ely.
O debate realizado na noite desta terça-feira foi o primeiro
de uma série de eventos que se seguirão, ainda sem data marcada. Os próximos
encontros irão abordar os resultados do Índice de Desenvolvimento Estadual
(iRS), feito em parceira entre Zero Hora e PUCRS, para medir o desempenho do
Estado em três dimensões: padrão de vida, educação e, reunidos, longevidade e
segurança. Tomado de zero hora de rgs br
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