sábado, 6 de abril de 2013

OLEODUCTO DE TERMINAL MARÍTIMA CONTAMINA playas en San Pablo


Escrito por Estadão Conteúdo
Um oleoduto do Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), pertencente à Transpetro/Petrobrás, provocou um vazamento de óleo no início da noite da última sexta-feira, 5, e uma quantidade ainda não calculada vazou no mar no Canal de São Sebastião, litoral norte de São Paulo e atingiu ao menos duas praias até o meio dia deste sábado, 6. O oleoduto está localizado no píer de atracação dos navios petroleiros, que transportam os produtos descarregados das embarcações para tanques de armazenamento. O Tebar responde por 55% do petróleo consumido no País.
O acidente acontece no momento em que a Petrobrás tenta aprovar no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) para ampliação do píer, projeto que é reprovado por grande parte dos moradores de São Sebastião e Ilhabela devido aos possíveis impactos ambientais.
Um verdadeiro "exército" formado por homens da Petrobrás e de empresas terceirizadas tentou impedir que o produto chegasse às praias da região central por meio de boias de contenção, espalhadas no entorno do píer, que tem capacidade para atracação de quatro navios petroleiros. No lado sul as boias foram instaladas a cerca de 150 metros do píer e, do lado norte, a cerca de 300 metros do local do vazamento. Várias embarcações passaram toda a madrugada e manhã deste sábado monitorando as manchas no canal e realizando o cerco com as boias de contenção.
Prejuízos. Em terra, durante toda a madrugada deste sábado, centenas de homens foram espalhados nas praias da região central de São Sebastião para identificar possíveis manchas na areia utilizando lanternas. O trabalho de contenção acontece entre o centro de São Sebastião e a Praia do Arrastão, a quatro quilômetros do local do acidente. A partir das 6h40 de sábado, aproveitando a luz do dia, técnicos realizaram voos de helicóptero para avaliar a dimensão do vazamento.
Diversos barcos de pesca e de recreação foram atingidos pelo óleo. O pescador Manoel Moreira teve seu barco manchado pelo óleo. "Além disso, não pude tirá-lo da água pois ele está preso no cerco feito com as boias de contenção pela Petrobrás", lamentou. Segundo ele, o prejuízo por ter ficado um dia sem trabalhar foi de R$ 1,5 mil. "Sem contar o prejuízo do barco, com o custo que terei para limpá-lo e pintá-lo".
A área delimitada para a contenção do vazamento fica no centro de São Sebastião, onde estão concentradas residências, hotéis, pousadas, escolas e a Avenida da Praia, ponto turístico gastronômico e histórico. As praias monitoradas durante a madrugada de sábado foram a do Centro, Porto Grande, Pontal da Cruz e Arrastão.
Manchas
Os esforços para evitar que óleo atingisse as praias foram em vão. Às 8h de sábado as manchas começaram a atingir as praias do Porto Grande e Deserta, que tiveram areia e a parte da costeira tomada por óleo que variava nas cores preta e colorida. Trabalhadores aplicavam na areia um produto para absorver o óleo, mas a quantidade que chegou até as praias era grande. A areia contaminada está sendo retirada da praia. Turistas evitaram os locais ao observarem uma verdadeira "operação de guerra". O cheiro do óleo era sentido em toda a região central de São Sebastião e bairros adjacentes, levadas pelos ventos.
O secretário do Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipolito do Rego, disse que toda a sua equipe está percorrendo as praias para identificar os locais atingidos. "Até nossos agentes que estavam de folga estão atuando e fotografando para que possamos posteriormente aplicar as multas". Agentes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) também acompanhavam os trabalhos.
O presidente da Associação dos Municípios Produtores de Gás Natural, Petróleo, Possuidores de Gasodutos, Oleodutos, Áreas de Tancagem e Estação de Bombeamento no Estado de São Paulo (Amprogás), Antonio Luiz Colucci, que também é prefeito de Ilhabela, vizinha a São Sebastião, lamentou o ocorrido. "O pior prejuízo já ocorreu, que é a vida marinha do Canal de São Sebastião que foi atingida. Isso é irreversível. Além disso, a pesca também foi prejudicada pelo vazamento", disse ele, que colocou sua equipe de prontidão caso o óleo atinja as praias de Ilhabela.
Segundo a Transpetro, as equipes de contingência foram acionadas assim que o vazamento foi identificado. Ainda de acordo com a empresa, o produto que vazou do oleoduto é combustível marítimo e as causas do acidente estão sendo apuradas.
Tomado de diário de comercio de Brasil 

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