Brasileiros já podem
comprar dólares em caixas eletrônicos
Fintech Cambyou foi criada para oferecer moedas estrangeiras
com a comodidade dos caixas eletrônicos. Primeiro equipamento foi instalado em
São Paulo, e meta é chegar às principais capitais até 2020 / LR Lino Rodrigues
Paulo Zapparoli, fundador da Cambyou: "O mercado de
câmbio, que tem muito futuro, estava parado em termos de inovação"
(foto: Arquivo pessoal )
São Paulo – De olho num mercado que movimenta cerca de US$ 8
bilhões por ano, volume concentrado em apenas 20 grandes instituições
financeiras (bancos e corretoras tradicionais e internacionais), a Dibran, uma
das mais antigas corretoras de valores do mercado, com 50 anos de existência,
criou a fintech Cambyou. O objetivo é oferecer agilidade em serviços
financeiros como compra e venda de moedas estrangeiras e transferências
internacionais por meio de caixas eletrônicos. "Esse mercado de câmbio,
que tem muito futuro, estava parado em termos de inovação. Agora, vamos trazer
mais dinamismo e segurança para os clientes", diz Paulo Zapparoli, sócio e
fundador da Cambyou.
Com cotações em tempo real e preços justos, segundo
Zapparoli, que trabalhou na BM&F no tempo dos pregões de dólar futuro da
antiga Bolsa de Mercadorias & Futuro, a startup, a exemplo de outras que
estão surgindo no mercado financeiro, é uma grande plataforma online que está sendo
integrada a uma rede de terminais eletrônicos espalhados pelas principais
capitais do país.
Por enquanto, apenas um caixa está em funcionamento na sede
da corretora, no centro da capital paulista. O próximo está previsto para
começar a operar até o fim de junho em um shopping paulistano. A meta é chegar
às principais capitais brasileiras até 2020, em locais como lojas, shoppings
centers, rodoviárias e pequenos aeroportos. A ideia é aumentar o volume
movimentado diariamente dos atuais R$ 800 mil para US$ 1 milhão. Como o banco
Safra possui exclusividade para operar câmbio nos principais aeroportos do
país, a Cambyou pretende negociar espaços em terminais menores.
Todas as transações começam no computador, ou no smartphone,
e acontecem graças a uma parceria com a empresa de pagamentos eletrônicos
PayMee, que também é sócia na empreitada. A PayMee é responsável pelo
reconhecimento das pessoas que estão fazendo a operação, eliminando o envio de
comprovantes de TED, sistema utilizado nas transações tradicionais entre
bancos. “É um modelo de negócio escalável, inovador, com processos facilitados
por meio do uso de sistemas automatizados, rápidos e seguros”, afirma Zapparoli, lembrando que apenas três bancos
brasileiros utilizam de forma restrita caixas eletrônicos para transações com
moedas estrangeiras.
Processo
O serviço funciona a partir da conexão no site da Cambyou,
onde a pessoa faz sua opção de compra da moeda, se cadastra e, depois de
confirmado o pagamento feito em depósito identificado, recebe uma senha para
retirar a moeda escolhida no caixa eletrônico. O processo de compra de moeda
estrangeira demora até cinco minutos, segundo Zapparoli. E, conforme a empresa,
todo o processo na plataforma eletrônica (escolha da moeda estrangeira, a
modalidade, a quantidade e a forma de entrega) é realizado em ambiente seguro.
Além de poder escolher data e período de entrega, o
comprador tem dois dias úteis para realizar o saque em um dos terminais
eletrônicos. Já a transferência internacional online para pessoas físicas pode
ser feita em duas modalidades, disponibilidade no exterior e manutenção de
residente.
A plataforma Cambyou foi desenvolvida durante dois anos em
conjunto com a Diebold Nixdorf, uma das líderes mundiais no segmento de
automação bancária, e exigiu investimentos de R$ 1 milhão. “A Dibran sai na
frente das empresas de câmbio no Brasil, porque os consumidores não pensam em
canais. Eles, na verdade, estão preocupados em ter as coisas resolvidas onde
estiverem e quando precisarem, de forma fácil, intuitiva e acessível”, afirma
Glauber Pastore, executivo da Diebold.
O poder transformador
das fintechs
As fintechs estão criando novas formas de lidar com finanças
pessoais, transformando procedimentos complicados em facilidades. Hoje em dia,
para abrir uma conta bancária, só é preciso de um celular com câmera e os documentos
de praxe. Para o empresário, basta baixar um aplicativo para administrar o
fluxo de caixa. Na contratação de um seguro, é possível personalizar as
coberturas e fazer toda a operação de forma 100% online. As tecnologias não
param de evoluir. A inteligência artificial está começando uma nova revolução
no setor, assim como o Big Data. E isso é apenas o começo. Tomado de correio
braziliense
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