Greve já provoca canibalismo entre aves
Sem ração, frangos de granjas mineiras se agridem comendo as
penas umas das outras e provocando
ferimentos que levam à morte
Avimig estima mortandade de 36 mil frangos por hora(foto:
Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
A greve dos caminhoneiros, que impede a chegada de
ração e insumos às granjas no interior de Minas Gerais, está provocando
canibalismo entre os frangos. Normalmente, essa situação ocorre quando há uma
superpopulação no local de criação ou quando há uma carência de vitaminas nos
alimentos das aves. Elas então passam a se agredir comendo as penas umas das
outras, o que chega a provocar ferimentos que podem levar à morte. “Os frangos
estão comendo outros frangos devido à falta de ração”, diz o diretor da Associação
Mineira de Avicultores (Avimig), Cláudio de Almeida Faria.
Altamente dependente do transporte, a avicultura é um dos
setores que mais sofrem com a paralisação dos caminhoneiros. Desde o início do
movimento, tem havido mortandade de pintinhos e também de frangos antes do
ponto de abate por causa da falta de ração. Cláudio Faria informa que está
ocorrendo nas unidades de criação em Minas a mortandade de 36 mil frangos por
hora, sem que os animais estejam em ponto de abate.
A mortandade de pintinhos também é elevada. “Os pintinhos
saem das incubadoras e são levados para as granjas. Como não tem espaço nas
granjas por causa da falta de abate, os pintinhos morrem com um dia de
nascidos”, explica o diretor da Avimig.
“A situação é caótica”, afirma Cláudio de Almeida Faria,
lembrando que a greve pode prejudicar também as exportações, por questão
sanitária, em virtude da morte de animais, que podem gerar contaminação para
as granjas. “Atualmente, o Brasil é o maior exportador mundial de frango.
Com esta greve (dos caminhoneiros), poderá cair para o ultimo lugar”, alerta
ele.
O diretor da Avimig disse que entidade ajuizou uma ação com
pedido de liminar junto à 5ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, pedindo
que seja determinada a liberação imediata da passagem de caminhões e carretas
com rações e outros insumos do setor avícola, para amenizar os prejuízos, que
são “incalculáveis”. Até o momento, ainda não houve o despacho do juiz.
Segundo Claudio Faria, até a manhã desta quinta-feira, 80%
da produção de frango de Minas já estava paralisada, pois, por causa do
protesto dos caminhoneiros nas rodovias, cinco grandes abatedouros do
estado suspenderam as atividades, localizados nos municípios de Sete Lagoas,
Visconde do Rio Branco (Região Central), Passos (Sul do Estado), Uberlândia
(Triângulo) e Patrocínio (Alto Paranaíba). Estão na iminência de também
interromper a produção abatedouros localizados em São Sebastião do Oeste
(região Centro-Oeste do estado), Pará de Minas (Central) e Uberaba (Triangulo).
De acordo com o diretor da Avimig, com a paralisação das
unidades, 11,8 mil trabalhadores estão parados nos abatedouros de
frangos no estado. Minas Gerais é o quinto maior produtor nacional
de aves, com o abate de 2 milhões de frangos por dia, ficando atrás do Paraná,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A produção brasileira é de 22
milhoes de frangos abatidos diariamente. TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE
No hay comentarios:
Publicar un comentario