Medição da Cetesb encontra grande redução no monóxido de
carbono
AB Agência Brasil
Com caminhões parados, houve redução da poluição atmosférica
medida em São Paulo
(foto: Antônio Cruz/ABr )
Apesar dos impactos negativos causados pela paralisação dos
caminhoneiros, houve pelo menos um aspecto positivo: a greve reduziu os efeitos
da poluição na cidade de São Paulo.
O Sistema de Informações de Qualidade do Ar, da Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), observou que a queda no tráfego,
portanto menos veículos em circulação, levou à diminuição pela metade da
poluição atmosférica.
Ao participar do
evento “Diálogos Interdisciplinares sobre Governança Ambiental da
Macrometrópole paulista”, o diretor do Instituto de Estudos Avançados
(IEA-USP), Paulo Saldiva, revelou os dados.
“Houve uma redução de 50% da poluição na capital paulista.
Esse é um episódio raro e vamos estudar suas consequências na saúde pública.
Quem sabe, essas evidências quantitativas sirvam de argumento para a criação de
políticas públicas”, disse Saldiva.
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Qualidade do ar
Na tarde de segunda-feira (28/5), por exemplo quando os
caminhoneiros ainda estavam paralisados, a qualidade do ar na capital paulista
era considerada boa em todas as estações de medição e para todos os poluentes
analisados, algo difícil de ser registrado.
No último dia 21, os caminhoneiros deflagraram a
paralisação, bloqueando rodovias e impedindo o transporte de mercadorias e
produtos. Como consequência, houve voos cancelados, supermercados não fizeram
reposição de produtos, a frota de ônibus foi reduzida em todo o país, assim
como postos de gasolina pararam de funcionar por falta de combustível. As ruas
da cidade de São Paulo desengarrafaram.
De acordo com a comparação dos dados diários sobre poluição
atmosférica medidos pela Cetesb, os índices de poluição aumentaram quando houve
a liberação do rodízio, seguido de uma forte queda após a falta de combustível
e a redução de carros e a frota de ônibus nas ruas.
ÍNDICES DE POLUIÇÃO
Saldiva comparou os dados relativos aos índices de monóxido
de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (N2O) e partículas inaláveis na
atmosfera. Os três índices, diretamente ligados à liberação da queima de
combustíveis, são historicamente mais altos às segundas-feiras e sextas-feiras,
quando há mais trânsito na cidade, e diminuem nos fins de semana. A equipe de
pesquisadores teve a oportunidade de medir a poluição de São Paulo em uma outra
experiência rara: a greve dos metroviários em maio de 2017. Naquela época, no
entanto, a poluição atmosférica dobrou.
A estimativa, desta
vez, é que com a redução de carros e ônibus na rua, evite-se, pelo menos, seis
mortes por dia na capital paulista. “Só teremos essa resposta mais para frente,
com os cálculos prontos”, disse Saldiva. / tomado de correio brazile
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