Centenas de peças de
roupas são descartadas em contêiner de material reciclável
Foto: Leandro Carvalho
Roupas e sapatos apareceram na Central Diferenciada de Lixo,
no bairro Hidráulica
Foto As roupas e os sapatos apareceram, na manhã desta
seguda-feira (28), dentro de um dos contêineres da Central Diferenciada de Lixo
do bairro Hidráulica - local que serve para o descarte de materiais
recicláveis.
De acordo com moradores das redondezas, que foram conferir a
cena inusitada ainda no início da manhã, parte do material também estava no
chão, ao lado do contêiner. Um dos primeiros a chegar à Central, o servidor da
Secretaria de Controle e Serviços Urbanos (SMCSU), Miguel Freitas, de 53 anos,
ficou impressionado com a quantidade de roupas jogadas no lixo. “Há 35 anos
trabalho aqui, e nunca tinha visto nada igual. Temos tantas entidades na cidade
que arrecadam agasalhos para repassar aos mais necessitados. É uma pena”,
disse.
Entre os que
analisavam o amontoado de blusas, calças, roupas infantis e calçados, estavam
pessoas como dona Ana Joana, de 73 anos. Utilizando uma sacola, a dona de casa
levava a segunda remessa de peças que irão incrementar o vestuário de inverno
da família. “Tem roupas boas e tem muita gente precisando. Só lamentamos a
forma como foi posto aqui”, salientou. O autônomo Adão Jorge, de 51 anos,
acompanhava o garimpo de outros moradores que chegavam. Ele também levou para a
casa roupas infantis e adultas. “São praticamente novas, sem uso”, disse.
Com intuito de ajudar
a quem precisa, o grupo do Lixo ao Luxo arrecadou do contêiner cerca de 300
peças de roupas e, aproximadamente, 50 pares de sapatos. A missão do
voluntariado será lavar cada peça de roupa e cada par de sapato – tornando-os
dignos para a distribuição. “Depois de lavados, levaremos os donativos até os
locais carentes do Município, como a Ilha dos Marinheiros, Torotama e Castelo
Branco”, enfatizou a voluntária Jane Matos.
Apesar de surpreender
e, até mesmo, chocar, o descarte de roupas e sapatos é permitido na Central,
segundo o secretário de Município de Controle e Serviços Urbanos, Nilson Pinheiro.
“É uma unidade de descarte de materiais, não podemos proibir que isso ocorra.
Mas, com certeza, é um ato questionável já que a pessoa poderia ter feito a
doação à alguma entidade filantrópica”, disse.
Por Karoline Avila
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