Mata atlântica tem mais aves em risco do que se pensava, diz
estudo
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DE SÃO PAULO
Em um estudo publicado esta semana no periódico "Plos
One", um time de pesquisadores liderados por Gareth Russel, do Instituto
de Tecnologia de New Jersey, nos EUA, aplicou um novo método para relacionar a
fragmentação do habitat à sustentabilidade das populações.
"Nosso objetivo foi analisar o risco de extinção na
mata atlântica brasileira, local rico em variedade de pássaros", diz
Russel. "Já sabíamos que a maioria das espécies têm acesso a muito menos
do que o habitat tipicamente assumido para elas. Mas o que permanece do habitat
também é altamente fragmentado. Olhando a área por si só não é suficiente.
"
Mapas mais precisos dos habitats mostram a extinção da
fragmentação, mas pesquisadores ainda precisam relacionar a distribuição dos
habitats de cada espécie ao seu risco de extinção de uma maneira objetiva e
consistente.
O estudo aplicou o método para 127 aves passeriformes que
habitam a mata atlântica, uma área que perdeu mais de 90% da sua floresta
original.
A primeira conclusão dos cientistas é que as espécies caíram
em dois grupos distintos: aqueles em que o impacto de fragmentação foi grave, e
aqueles em que foi relativamente leve. Houve algumas espécies no meio. Isto
imediatamente sugere uma forma simples em que padrões de fragmentação pode
contribuir para a avaliação da ameaça.
Os autores também descobriram que de 58 espécies que possuem
habitats severamente fragmentados, 28 não são atualmente consideradas
ameaçadas, de acordo com a mais recente lista vermelha publicada pela União
Internacional para a Conservação da Natureza.
Com esses resultados, os autores recomendam que a
classificação de risco dessas espécies seja reexaminada.
"As espécies mais ameaçadas são muitas vezes as mais
raras e, portanto, também as mais difícil de encontrar e estudar. Nossa
abordagem requer apenas conhecimentos básicos sobre uma espécie, mas otimiza
essa informação ao associa-la à recente avalanche de dados sobre o meio
ambiente", diz Russel.
Os pesquisadores acreditam que o trabalho pode ser aplicado
a outros biomas e a outras espécies, ajudando a identificar espécies em risco
de diferentes grupos e em diferentes regiões do planeta.
Fábio
Olmos/NJIT
FOTO A espécie Dysithamnus xanthopterus, que não
aparece como ameaçada na lista da União Internacional de Conservação da Natureza,
mas, de acordo com os pesquisadores, seu habitat está severamente fragmentadoTOMADO DE FOLHIUA DE SAN PABLO BR
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