No estado americano
da Califórnia, marrom é o novo verde Pouca chuva e reservatórios em baixa fazem
californianos trocarem gramados por plantas resistentes ao tempo seco
Gramas mais resistentes ao tempo seco NYT
Se por aqui, o verão seco ainda é uma novidade, na
Califórnia a quantidade de chuvas já está abaixo do
normal há vários anos.
Assim como os reservatórios de água. Algumas cidades já fazem até racionamento.
Com isso, manter um jardim se tornou praticamente um artigo de luxo, em
especial na região norte do estado. Até mesmo naquelas regiões menos áridas
onde os gramados verdes eram bastante comuns — como aliás em qualquer subúrbio
americano. O resultado é que muitos californianos vem substuindo seus jardins
coloridos com grandes gramados verdes por plantas mais resistentes ao tempo
seco, como contou o jornal americano New York Times.
Dona de um desses charmosos jardins, e funcionária da
companhia de água local, Yolanda Muñoz precisou passar pelos estágios do luto
antes de finalmente ceder à nova realidade. O primeiro sentimento foi a raiva:
“eu quero meu gramado!”, costumava dizer. Depois, ela tentou driblar a
realidade: “pensei em criar um desenho diferente para o gramado, tirando apenas
metade dele”, conta. Então, passou pela depressão: “Me sentia hipócrita”. E,
finalmente, veio a aceitação. Sem ter mais o que fazer, Yolanda e o marido, Ed,
contrataram uma empresa de paisagismo para refazer o seu jardim, trocando o
gramado verdinho, que tinha um sistema de irrigação com sprinklers ativados de
tempos em tempos, por plantas resistentes ao tempo seco e que exigem regas
menos regulares. E há até quem opte por usar grama artificial.
E não é à toa que os jardins vêm desaparecendo da
Califórnia. Em média, de 50% a 60% do consumo de água das casas californianas
vai justamente para o uso externo. Tanto que já há cidades que oferecem
descontos e incentivos para os moradores que acabam com seus jardins. Na cidade
de Menlo Park, por exemplo, um programa incentiva os moradores a substituirem
os jardins floridos por outros que necessitem de menos água. O incentivo? US$ 3
mil (cerca de R$ 7 mil).
Paisagista que remodelou o jardim de Yolanda, Christine
Watten, contou ao NYT que tem usado seixos e pedras para criar paisagens
bonitas, mesmo sem muitas flores coloridas. Para ela, o uso de espécies
diferentes têm tornado esses jardins mais interessantes, ao mesmo tempo que
ajudam a economizar água.
A realidade ainda não chegou a outras regiões do estado,
contudo. Em Los Angeles, quem acorda cedinho para dar uma caminhada, ainda vê
muitos sprinklers irrigando furiosamente os jardins, como se naquele canto do
país a água ainda não fosse um problema. TOMADO DE O GLOBO BR
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