O estudo aborda também novas pistas para tratamentos
adicionais do câncer de mama
AF Agência France-Presse
(foto: Fernando Lopes/CB/D.A Press)
As mulheres que superaram um câncer de mama podem sofrer uma
reincidência, às vezes até 20 anos depois do primeiro diagnóstico, mas um
estudo publicado nesta quarta-feira tenta ajudar a identificar as que correm
maiores riscos.
Alguns fatores de risco de reincidência conhecidos são a
idade da paciente, o tamanho e a natureza do tumor e a presença de células
cancerosas nos gânglios linfáticos.
Mas a taxa e as razões da reincidência seguem sendo
"pouco compreendidas", indica o estudo publicado na revista Nature.
Para tentar compreender melhor a questão, os pesquisadores
analisaram os dados de 3.000 pacientes britânicas e canadenses que receberam o
diagnóstico de câncer de mama entre 1977 e 2005.
Todos estes dados foram utilizados para desenvolver um
modelo informático que identificou quatro subgrupos com "um risco
particularmente alto de reincidência tardia" do câncer, segundo a autora
principal da pesquisa, Christina Curtis, da Universidade de Stanford (Estados
Unidos).
Segundo o estudo, cerca de um quarto das mulheres afetadas
pela forma mais comum de câncer de mama tinham entre 42% e 55% de risco de
reincidência durante os 20 anos seguintes.
"Até agora, não houve uma boa maneira de identificar
este subgrupo de mulheres que poderiam se beneficiar da detecção ou dos tratamentos",
segundo Christina Curtis.
O estudo aborda também novas pistas para tratamentos
adicionais do câncer de mama, identificando alterações genéticas em cada um dos
quatro subgrupos de risco. Estas alterações estão ligadas ao processo de
formação dos tumores.
"Muitas destas alterações podem potencialmente ser
abordadas terapeuticamente, o que abre a porta para novos possíveis
tratamentos, embora isto ainda necessite ser verificado no âmbito de ensaios
clínicos", indicou Christina Curtis à AFP.
O estudo identificou também pacientes para as que uma
reincidência depois de cinco anos era improvável.
"Isto poderia ajudar a melhorar o acompanhamento e a
classificação das pacientes, por exemplo determinando as que poderiam se
beneficiar de tratamentos mais longos ou diferentes", segundo Curtis. //
tomado de correio brasiliense
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