25% da água captada
na Grande SP pela Sabesp é desperdiçada
EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO
Um quarto da água captada pela Sabesp na Grande São Paulo é
perdida no trajeto entre a represa e a caixa de água das casas e dos edifícios.
Se tanta água não fosse perdida (2 milhões de metros
cúbicos/dia), a crise pela falta de chuva no sistema Cantareira seria menor,
assim como a ameaça de racionamento para 9,8 milhões de pessoas.
A quantidade de chuva no reservatório em janeiro foi a menor
para esse mês pelo menos desde 2003. Para tentar evitar um rodízio a partir de
abril, a Sabesp decidiu dar desconto de 30% para quem a atingir a meta de
redução de 20% no consumo de água.
A taxa de 25% de perda, apesar de ter melhorado na última
década, é considerada alta tanto pela própria companhia estadual como por
especialistas no assunto.
"Em 2006 havia 33% de perda. Nossa meta é chegar até o
fim da década com 18%" afirma Dilma Pena, diretora-presidente da Sabesp na
gestão Geraldo Alckmin (PSDB).
A meta, considerada ousada pelos especialistas da Abes
(Associação Brasileira de Engenharia Sanitária), mesmo se for atingida, deixará
o Brasil atrás dos índices de países desenvolvidos.
Em cidades do Japão e da Alemanha, as perdas são próximas de
11%. Nos Estados Unidos, a meta é de 16%.
"No caso de São Paulo, o relevo irregular e a grande
quantidade de moradia em fundos de vale dificulta termos um abastecimento sem
muitos vazamentos", afirma a diretora. Segundo ela, pode ser que seja
inviável, do ponto de vista econômico, baixar as perdas para 15% ou menos.
Os cálculos, diz, podem mostrar que os investimentos em
tecnologia superariam a receita com a venda de água.
Dos exatos 24,7% de perdas em 2013, aproximadamente 60%
dessa taxa são devido a vazamentos na rede. Os 40% restantes são frutos do
roubo de água, por meio dos chamados "gatos".
VERÃO SECO
Apesar de os principais institutos privados de meteorologia
do país terem previsto um verão seco em São Paulo, a presidente da Sabesp
afirma que a companhia dava conta de que choveria dentro da média em dezembro e
janeiro sobre os reservatórios.
A diretora diz haver confiança de que a redução de 20% do
consumo no sistema Cantareira pode evitar o racionamento. As previsões indicam
que as chuvas devem ser normalizadas em março. Colaborou RICARDO GALLO TOMADO
DE FOLHIA DE SAN PABLO BR
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