O Palácio do ‘Rei do Lixo’: o homem que construiu um império
a partir de resíduos
Como um homem faz fortuna reaproveitando o que os outros
desperdiçam?
Essa é a história de Manuel Martins Gomes. Um homem humilde,
trabalhador que ergueu do lixo um império que foi chamado de Palácio do Rei do
Lixo, também conhecido como Torre de Coina ou Palácio da Bruxa, situado na
freguesia da Coina, Barreiro, próximo de Lisboa, sendo bem visível da estrada
nacional n.º 10 (EN10).
O Palácio do Rei do Lixo é um edifício em ruínas que domina
a paisagem junto à EN10. Rodeado de
imensa curiosidade e muitas fantasias, marcava de tal forma a paisagem e tinha
um tipo de arquitetura tão incomum que se tornava um enigma a desvendar. Palácio do "Rei do
Lixo", Coina, Lisboa
Também chamado de "Torre do Inferno", foi
construído em 1910, por Manuel Martins Gomes Júnior, para mostrar a
grandiosidade do seu império.
Manuel Martins Gomes Júnior fez sua fortuna com a compra e
venda de lixo da cidade de Lisboa. Diz-se que Manuel era ateu, por isso
transformou a ermida (a capela) da propriedade em armazém e estábulo e,
batizado com o nome de "Quinta do Inferno". Mais tarde, António
Zanolete Ramada Curto, genro do "Rei do Lixo", transformou a
propriedade numa importante casa agrícola. Em 1957, foi vendida aos grandes
proprietários e industriais de curtumes Joaquim Baptista Mota e António
Baptista, que constituíram a Sociedade Agrícola da Quinta de S. Vicente e
transformaram a propriedade numa importante exploração pomícola, cultivo de
árvores frutícolas. Hoje, pertence a um construtor da Margem Sul do Tejo, que a
adquiriu em 1972 com o intuito de transformar o Palácio numa pousada com 85
quartos. Contudo, em 1988, a Torre foi devorada por um incêndio e hoje está em
avançado estado de degradação. Se não forem tomadas medidas urgentes, o
patrimônio terá a “morte” anunciada. No entanto, enquanto o Palácio de Coina se
mantiver de pé, a memória do “Rei do Lixo” permanecerá viva!
Saiba Mais...
A história do palácio de Coina remonta ao século XVIII, a
quinta fazia parte das vastas terras de D. Joaquim de Pina Manique, político,
cavaleiro da ordem de Cristo e irmão de D. Diogo de Pina Manique fundador da
Casa Pia de Lisboa. Ainda hoje, a marca de D. Joaquim encontra-se uma cruz de
Cristo inscrita numa lápide nos muros da quinta. Atualmente, Palácio em ruínas Manuel
Martins Gomes Júnior tornou-se um grande proprietário, e havia que rentabilizar
o terreno. Estabeleceu um contrato com um grande negociante e exportador de
carnes, Manuel M. G. J. Alugou-lhe o espaço para porcos e participou no negócio
de exportação de carnes. Pouco tempo depois, o sócio morreu e Manuel assumiu o
controle dos negócios. Passou então, a ser negociante de carnes. Devido à
intuição nata para os negócios e ao caráter empreendedor atingiu o auge
assegurando o domínio da recolha dos lixos em Lisboa (à altura os lixos eram
apenas matéria orgânica), transportando-os para Coina nos cinco barcos (a que
deu os nomes de Mafarrico, Lúcifer, Belzebu, Demónio e Satanás). O lixo servia
de alimento aos porcos, Manuel não gastava um tostão. Era muito dedicado à
região, protegeu os pobres, construiu a primeira escola de ensino primário na
freguesia e fundou a Companhia Agrícola Nacional. Tudo com o dinheiro que
ganhava com o lixo. Manuel Martins Gomes Júnior tornou-se uma figura política de
peso, republicano e provavelmente maçônico.
Um vídeo do grandioso Palácio do "Rei do Lixo"
Caso não consiga visualizar: https://www.youtube.com/watch?v=MB7PATiksIA
TOMADO DE ENVIO DE PROFESSOR RESIDUOS SOLIDOS DE BR
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