Jovem criado em lixões e aterros sanitários conquista uma
vaga em Harvard
New York Times, jovem Justus Uwayesu
Uma criança de apenas 9 anos de idade, passou a viver dentro
de um carro incendiado em um depósito de lixo em Ruanda, país africano. Desde
então, sua vida não foi mais a mesma. Começou a viver como mendigo nas ruas da
cidade e não tomava banho há mais de um ano. Em busca de conhecer histórias de
vida para ajudar crianças que se encontravam espalhadas por todas as partes,
Clare Effiong, trabalhadora de uma entidade americana de caridade, encontro o
garoto, chamado Justus Uwayesu, e lhe perguntou qual seria seu maior desejo.
Ele respondeu: “Eu quero muito ir pra escola”. Justus Uwayesu conseguiu ir para
a escola e estudar, mas o inesperado estava para acontecer: o menino, do lixo
faz parte, hoje, da maior universidade do mundo, Harvard. Ele estuda, através de
uma bolsa integral, matemática, economia e direitos humanos. Hoje, com 22 anos
(não se sabe a data de seu aniversário real) ele é apenas mais um rapaz
sonhador usando seu tênis, jeans e suéter em meio aos 1.667 alunos de sua área.
Na verdade, Justus Uwayesu é um lembrete para a sociedade mundial, que todos
podem e devem ter oportunidades e que nem todos que estão nas ruas,
perambulando ou vivendo em lixões, são pessoas que gostariam de estar naquela
situação. Após sair dos lixões, ele passou os últimos 13 anos estudando. Em
Ruanda, aprendeu inglês, francês, suaíli e lingala. Foi tutor e ajudou a fundar
uma instituição de caridade para jovens. Justus morava em uma terra dominada
por dois grupos étnicos – Hutu e Tutsi. Milhares de pessoas morreram – em sua
maioria hutus – em conflitos que ocorreram em 1994. Uwayesu afirma que está
encantado com a diversidade de nacionalidades e estilos de vida que encontra em
Harvard. Nascido na zona rural do leste de Ruanda, Uwayesu tinha apenas três
anos de idade quando seus pais, agricultores analfabetos, morreram em um
combate motivado por motivos políticos, que matou mais de 800.000 em apenas 100
dias. A Cruz Vermelha conseguiu resgatar um irmão e duas irmãs. Algumas pessoas
se voluntariaram para cuidar dos quatro irmãos, até que ondas crescentes de
crianças órfãs fizeram a família recusá-los e “jogá-los” para fora de casa. Passando
muita fome e estando desnutrido, ele comentou que um de seus irmãos foi embora,
dizendo que procuraria comida, e não voltou mais. No ano de 2000, Justus e seu
irmão foram para Kigali, capital de Ruanda, em busca de alimentos. Mas,
acabaram encontrando um lixão na periferia da cidade, encontrando centenas de
órfãos na mesma situação, além de vários porcos que viviam no local. Eles encontraram
um carro velho, abandonado, onde viviam duas crianças. Ficaram no local por
quase dois anos, e a única preocupação era encontrar alimentos. Justus falou
que não existiam chuveiros e eles não tomavam banho. Com o tempo, aprendeu a
identificar qual eram os caminhões que vinham de hotéis e padarias, que
transportavam restos de comida que, para ele, era algo delicioso. Era
necessário correr com toda a garra para pegá-los, ultrapassando outros órfãos
menos ágeis. Para os dias que não existia o que comer, ele e os outros
procuravam “coisas comestíveis” que pudessem ser ingeridas. Além disso, usavam
latas de óleo de cozinha velhas, afundadas em brasas, para manter alguns
alimentos quentes. Ele contou ainda que uma vez quase foi enterrado vivo,
quando um caminhão em movimento empurrou uma grande quantidade de lixo em um
poço, e ele foi empurrado junto. Às
vezes mendigava na rua e via as crianças bem vestidas, saindo das escolas.
Segundo ele, muitas zombavam, chamando-o de “nayibobo”, que significa na tradução
literal “criança esquecida”. "Foi um momento muito escuro, porque eu não
podia ver um futuro", disse ele. "Eu não podia ver como a vida
poderia ser melhor ou como eu poderia sair daquela situação de vida." As
coisas mudaram quando Effiong, fundadora de uma ONG em New Rochelle, Nova York,
decidiu no ano 2000 ajudar crianças órfãs em Ruanda. Após entregar um contêiner
de alimentos e roupas em um domingo de 2001, ela pegou um táxi, encontrou um
órfão na rua e, após muita conversa, ofereceu-lhe para levá-lo a um lugar
seguro. “Eu o levei para onde eu estava, o limpei, troquei suas roupas, tratei
os ferimentos em seu corpo e, eventualmente, o enviei para a escola
primária", disse ela. Ele começou a estudar e conseguiu vaga em uma escola
especializada em ciência. Mudou-se para um orfanato (certificado por Effiong)
com seus irmãos. Ao longo de seus estudos, trabalhou na caridade e batalhou
para abrir uma escola de culinária para garotas, no campus do próprio orfanato.
"Minha vida mudou por causa dela", disse ele. Justus não teria sido capaz de competir por
uma vaga em uma universidade americana, sem ajuda externa. Após o colegial,
candidatou-se e ganhou um assento em um programa de estudiosos na
Bridge2Rwanda, executado por uma instituição de caridade de Little Rock,
Arkansas, EUA, que prepara os alunos talentosos para o processo de ingressar em
uma universidade de altíssimo nível educacional, como Harvard. O diretor
internacional de admissões de Harvard, pessoalmente, percorreu a África para
encontrar potenciais candidatos. Ele costuma fazer isso uma vez por ano. Justus
acredita que o que fizeram com ele, deve ser feito com outros. “Se eu negar aos
pobres estarei negando a mim mesmo”, disse. Tomado de envio de profesor residuos
solidos do br
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