lunes, 15 de agosto de 2016

PROYECTO DE MONITOREO DA GELEIRAS (GLACIARES)

Projeto do Instituto de Oceanografia da Furg é premiado com bolsa de pesquisa do Google foto de Fabio dutra No início desse mês, um projeto de pesquisa desenvolvido no Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (IO/Furg), foi escolhido pelo Google como um dos vencedores do programa de Bolsas de Pesquisa Google para a América Latina. O trabalho, liderado por Jorge Arigony-Neto e Guilherme Tomaschewski Netto, pretende desenvolver estações autônomas de baixo custo para medir o impacto das mudanças climáticas nas geleiras.
O projeto
A ideia do projeto surgiu a partir da parceria de estudo entre Jorge, professor do IO/Furg, e Guilherme, cientista da computação e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Física, Química e Geológica da Furg. Ambos já trabalhavam com a área no laboratório da universidade e desenvolveram o projeto seguindo a linha de trabalho que realizavam com o apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera, do qual o IO/Furg é parte.
“Nós realizamos esse monitoramento das geleiras há alguns anos, mas o trabalho sempre teve um custo muito elevado, em consequência do alto valor das estações de monitoramento que precisavam ser compradas”, explica Jorge Arigony. E continua: “Com o projeto da montagem das nossas próprias estações através de uma estrutura de fibra de carbono, reciclada de pranchas de windsurf, conseguimos realizar o mesmo trabalho com um custo muito mais baixo”, completa.
Recursos
O professor também explica o motivo da necessidade de um material mais barato: “Como as geleiras são instáveis, devido ao clima extremo, há sempre a possibilidade da geração de fendas no gelo, e, consequentemente, a queda das estações nessas aberturas”, conta. “Nós já tivemos que realizar resgates de estações nessas condições. Por isso, uma estação produzida aqui e com um custo bem menor é uma segurança bem maior para a manutenção dos recursos do projeto”, explica o pesquisador.
Já o doutorando Guilherme conta sobre a implantação de protótipos do modelo no último ano. “Atualmente, nós temos dois protótipos do projeto fixados em geleiras. Realizamos o monitoramento por um sistema de satélite e, até agora, obtivemos uma resposta positiva”, explica. Ele também comenta sobre o futuro do projeto com o novo investimento da bolsa do Google: “Nossa próxima expedição está marcada para outubro, quando nós pretendemos substituir os protótipos atuais e fixar seis equipamentos para o monitoramento no próximo ano”.
Autonomia
Ele também afirma que a construção dos equipamentos de forma customizada às necessidades do tipo de terreno estudado, dá uma autonomia bastante grande na coleta de informação e um caráter inédito na forma como estas serão coletadas. Os pesquisadores esperam que a implantação do projeto some ainda mais ao trabalho realizado em um dos laboratórios do Instituto de Oceanografia da Furg, local onde estudantes da graduação e pós-graduação podem manter contato direto com o monitoramento e a construção das estações.
Eles ainda falam sobre como a bolsa do Google é um incentivo, já que o projeto ainda está em fase de desenvolvimento e testes. “Realizamos esse trabalho com a esperança de que a estratégia funcione, mas a realidade é que o clima do local é muito duro, o que deixa os protótipos e a nossa estratégia sujeitos ao erro. Mas, como a bolsa nos dá liberdade para um investimento mais amplo, podemos ir injetando os recursos de acordo com as necessidades do projeto, até que o resultado seja positivo”, explica Jorge.
Disponibilização do conhecimento
Finalizando, os pesquisadores contam sobre os planos futuros para o projeto: “Assim que obtivermos a certeza do sucesso das estações, pretendemos desenvolver um manual com especificações sobre a construção do equipamento. Queremos disponibilizar esse projeto final em uma plataforma livre, pela qual seja possível expandir esse conhecimento e tecnologia para qualquer um que se interesse ou precise do equipamento”, conclui o doutorando Guilherme.
Por Luiza Trápaga tomado de agora de rgs br


No hay comentarios: