domingo, 25 de agosto de 2013

CRECE NUMERO DE JÓVENES QUE NO ESTUDIA NI TRABAJA (NEM NEM o NI NI ) EN BRASIL

 'Nem nem' pouco escolarizado preocupa
ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO
De cada 10 jovens entre 17 e 22 anos que não completaram o ensino fundamental, 3 continuam longe da escola e sem emprego.
Essa situação piorou nos últimos anos e preocupa especialistas e o governo.
O maior temor é que essa fatia da população se torne mais vulnerável a riscos como os de inserção precária no mercado de trabalho e envolvimento com crime.
"Eles estão cada vez mais distantes da escola e, para entrar no mercado de trabalho, enfrentam a concorrência dos jovens que estão se tornando mais escolarizados", diz Naercio Menezes, do Insper.
"NEM NEM"
Os jovens que não trabalham nem estudam, conhecidos como "nem nem" (do espanhol "ni ni"), despertaram a atenção de pesquisadores brasileiros nos últimos anos.
Menezes constatou, por exemplo, em 2010, que a proporção de jovens brasileiros com esse perfil estava crescendo de forma geral.
Em estudo recente com os pesquisadores Pedro Henrique Cabanas e Bruno Komatsu, ele concluiu que essa expansão ocorreu em todas as faixas de escolaridade, mas foi maior entre os jovens com menos anos de estudo.
Entre 2004 e 2011, a fatia de brasileiros de 17 a 22 anos com ensino fundamental incompleto que não estudava, não trabalhava e nem buscava emprego passou de 23,9% para 26,6% do total, um salto de 2,7 pontos percentuais.
No mesmo período, o avanço dos "nem nem" entre os adolescentes com ensino fundamental completo e com ensino médio completo foi de, respectivamente, 1,6 e 1,8 ponto percentual.
As contas foram feitas pelos economistas com base em dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE.
*PREOCUPAÇÃO
Para Menezes e outros pesquisadores que estudam os "nem nem", como a economista Joana Monteiro, da FGV/Rio, a expansão da fatia desse grupo como um todo em relação ao total de jovens não é motivo para alarme.
Menezes ressalta que essa situação, entre os jovens, é normalmente transitória.
Monteiro enfatiza em estudo sobre o tema que, entre os "nem nem" com mais de 19 anos, há uma fatia grande de mulheres que trabalham em casa e têm filhos.
Mas os dois demonstram preocupação com a parcela significativa de jovens com poucos anos de estudo que têm ficado à margem da expansão da escolaridade e do mercado de trabalho.
"Esse grupo merece atenção especial porque sua situação pode virar um problema social, à medida que sua volta para a escola ou inserção no mercado de trabalho vão ficando mais difíceis", afirma Monteiro.
Em sua pesquisa, os economistas do Insper mostram que a taxa de jovens com ensino fundamental incompleto que entra no grupo "nem nem" tem aumentado.
Em 2011, essa taxa foi, em média, de 7,4% ante 4,4% nos dois outros grupos de escolaridade analisados.
"Essa taxa maior de entrada explica o maior avanço dos 'nem nem' entre os menos escolarizados", diz Menezes.
O estudo do Insper mostra que, além do maior ritmo de entrada, os jovens com baixa escolaridade ficam mais tempo fora da escola e do mercado de trabalho.
Essa situação dura, em média, 4,6 meses para os adolescentes com ensino fundamental incompleto, ante 2,5 meses para aqueles que terminaram esse ciclo escolar e 4,2 meses para os que concluíram o ensino médio.
Mas, segundo especialistas, há muitos casos de jovens que deixam de ser "nem nem" e, depois, voltam à essa condição.
ATRAÇÃO
Para a pesquisadora Ana Lúcia Kassouf, da USP, é preciso tornar a escola mais atraente para evitar a evasão dos jovens. Ela diz que o abandono dos estudos aumenta riscos como o de envolvimento com o crime.
"Os jovens que estão fora da escola e sem trabalhar vêm em maior escala de famílias com renda baixa e se tornam mais vulneráveis a riscos como o da criminalidade", diz.
"É preciso mostrar a eles que a escola traz um retorno no futuro."

TOMADO DE LA FOLHIA DE SAN PABLO BRASIL 

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