Edifícios redesenham perfil para atender novos hábitos
DEISE DE OLIVEIRA - EDITORA-ADJUNTA DE IMÓVEIS
O jeito de viver e morar está em plena transformação. Os
condomínios se abrem à cidade, derrubando os muros e se relacionando com o
entorno. Em unidades cada vez mais enxutas, as áreas envidraçadas procuram
ampliar a sensação espacial.
Os serviços, no
prédio, ficam parecidos com os de hotéis e flats, ofertados no sistema
"pay-per-use", quando o cliente paga por aquilo que utiliza. E a área
de lazer migra para dentro do prédio.
Esses elementos
refletem mudanças no perfil e nos hábitos do brasileiro.
INOVAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Janelas grandes
atenuam a falta de espaço
Projetos devem retratar o que se deseja no futuro
Áreas comuns deixam o térreo e sobem a torre
Condomínio cria
aparelhos de exercício para pets
Canteiro se moderniza com boom imobiliário
Sustentabilidade engatinha em residenciais
Bairros planejados buscam ser solução à mobilidade
'Morador quer socializar', diz urbanista italiano
Peças de design
inovadoras precisam ser úteis
O aumento da expectativa de vida, a diminuição das famílias,
a classe média em expansão e o crédito farto ao consumo, associado à taxa de
juros menores, são alguns dos fatores que ditam os rumos do mercado imobiliário.
À indústria cabe
olhar para o futuro e antecipar as funcionalidades de condomínios, plantas e
utilidades da casa. Ou seja, inovar --encurtar os ciclos e tornar apetitosos
novos produtos.
"Os apartamentos
estão menores, com áreas de convívio maior no condomínio. O desafio cresce para
a arquitetura de interiores e equipamentos", diz o designer Marcelo
Rosembaum.
Na própria unidade,
as cozinhas e as varandas gourmets estão mais integradas ao restante da casa e
funcionam como um espaço social. "Os hábitos mudam com a violência, as
leis seca e antifumo. As pessoas estão mais em casa", diz Mario Fioretti,
diretor de design e inovação da Whirlpool Latin America, dona da Brastemp e
Cônsul.
Segundo ele, a
tendência são casas mais conectadas. "Caminhamos para a casa dos Jetsons
[o desenho animado futurista de Hanna-Barbera], mas para uma casa inteligente e
funcional, com foco no que se precisa."
Segundo Fioretti,
gerenciar inovação é lidar com a expectativa do consumidor, que espera pelo
novo, e com as estratégias da indústria, "que não mudam em seis
meses".
No caso da indústria
da construção, questões específicas do setor, como alto custo e escassez de
terrenos em regiões mais centrais, têm ditado o rumo das novidades.
"Na arquitetura,
a inovação é um processo muito lento. Mas devemos construir edifícios mais
eficientes, não apenas para os moradores, pois os gases poluentes afetam a
todos", diz o italiano Mario Cucinella (leia na pág. 10).
Outra questão ligada
à qualidade de vida é a mobilidade. O comprador de imóvel tem refinado a busca
para morar perto do trabalho. Esse é o apelo dos complexos multiúsos, que
oferecem moradia, trabalho, comércio e lazer em um mesmo local. Tomado de
folhia de san pablo br
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