Piranha
vegetariana e macaco que ronrona estão entre 400 novas espécies da Amazônia
Um macaco que ronrona, uma piranha vegetariana e um lagarto
com listras como fogo estão entre as mais de 400 novas espécies amazônicas
descobertas nos últimos quatro anos, segundo conservacionistas divulgaram nesta
quarta (23).
Encontradas entre centenas de expedições científicas feitas
entre 2010 e 2013, as 441 espécies incluem 258 plantas, 84 peixes, 58 anfíbios,
22 répteis, 18 pássaros e um mamífero. A conta não inclui insetos e outros
invertebrados.
Espécies descobertas na floresta amazônica
João Batista Fernandes da Silva
A "Passiflora longifilamentosa", descoberta no
Pará neste ano, faz parte de um gênero com 530 espécies; ela é um tipo de
trepadeira e tem filamentos coloridos que saem do centro da flor
"Quanto mais os cientistas procuram, mais eles
acham", afirmou Damian Fleming, chefe dos programas para o Brasil e a
Amazônia na WWF do Reino Unido, que compilou a lista. "Com uma média de
duas novas espécies identificadas por semana nos últimos quatro anos, fica
claro que a Amazônia continua sendo um dos mais importantes centros de
biodiversidade global."
Entre as novas espécies, está o macaco Callicebus
caquetensis, da Amazônia colombiana, cujos filhotes
têm um costume fofo:
"Todos os bebês ronronam como gatos. Quando eles se sentem satisfeitos,
ronronam uns para os outros", afirmou o cientistas Thomas Defler, que
ajudou a descobrir a espécie.
O lagarto com "pintura de guerra" Gonatodes
timidus foi descoberto na parte da Amazônia que se estende até a Guiana.
Apesar de sua cor extraordinária, o lagarto tende a evitar ser visto por
humanos.
Algumas espécies podem ser perdidas justamente agora que
estão sendo descobertas, afirmam os pesquisadores. A rã do tamanho de um dedal Allobates
amissibilis ganhou um nome que significa "que pode ser perdido",
porque ele vive em uma área da Guiana que pode ser aberta ao turismo em breve.
Outras espécies estão sendo ameaçadas pelo desenvolvimento
econômico. A "piranha vegetariana" Tometes camunani habita
corredeiras no Brasil onde é encontrada sua principal fonte de alimento, a
planta aquática Podostemaceae. Mas barragens e atividade de mineração no
Estado do Pará, ameaçam o seu habitat.
Muitas das novas espécies de plantas e animais são
encontradas em pequenas áreas e acredita-se que sejam endêmicas a partes
pequenas da Amazônia.
Por exemplo, uma nova espécie de peixe (Apistogramma
cinilabra) é adaptada ao ambiente singular com baixo oxigênio de um pequeno
lago no Peru e não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo, o que a torna
mais vulnerável ainda.
"A riqueza das florestas e das águas da Amazônia
continuam a encantar o mundo, mas esses habitats estão sob ameaça crescente. A
descoberta dessas novas espécies reafirma a importância de compromissos para
conservar e manejar de forma sustentável essa biodiversidade singular e também
os serviços e bens
fornecidos pela floreta às pessoas e negócios da
região", afirmou Fleming.
O ecossistema amazônico tem a maior floresta tropical do
mundo e contém uma em dez espécies conhecidas no mundo. Um estudo recente
mostrou que quase 400 bilhões de árvores de 16 mil espécies crescem na
Amazônia.
Um quinto da floresta já foi perdido. Nos últimos oito anos,
o desmatamento no Brasil desacelerou em 80%. TOMADO DE FOLHIA DE SAN PABLO BR
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