FOTO Dilli e Tanaka
atuam em ramos diferentes, mas convergem em ideais /LUIZA PRADO/JC Patricia
Knebel, de Bento Gonçalves Não bastasse o forte apelo econômico, com a redução
de custos, e os benefícios para o meio ambiente, as empresas têm, agora, um
novo estímulo para acelerar os projetos sustentáveis nas suas operações: a
vontade crescente dos consumidores, especialmente das novas gerações, de se
relacionar com companhias cujo propósito, produtos e soluções estejam alinhados
com a perspectiva de um mundo melhor. Boas práticas e novas tecnologias - como
drones, carro elétrico e painéis fotovoltaicos para geração de energia - devem
estar na pauta empresarial de todos os segmentos de negócios. "As novas
gerações têm um outro jeito de pensar e estão procurando empresas mais
amigáveis com o meio ambiente, menos destrutivas e capazes de entregar produtos
sustentáveis e saudáveis", comenta o diretor de Recursos Humanos e
Sustentabilidade da SLC Agrícola, Álvaro Dilli. Ele foi um dos painelistas,
ontem, do 6º Seminário Brasileiro de Gestão Ambiental na Agropecuária, que faz
parte da programação da 8ª edição da Fiema Brasil - Feira de Negócios,
Tecnologia e Conhecimento em Meio Ambiente. O evento ocorre até amanhã, no
Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS), e deve reunir cerca de 10 mil
pessoas. No caso do agronegócios, esse interesse se revela, por exemplo, na
necessidade de demonstrar que os alimentos vêm de uma origem boa, e não de uma
área desmatada ilegalmente. "Não podemos mais fazer as coisas como há 20
anos. Há uma pressão para esses temas, as pessoas estão mais conscientes, e o
mundo está melhorando, fatores que forçam a melhoria de processos de toda a
cadeia", analisa. Para Dill, tão importante como o viés ambiental e
social, porém, é o econômico. "Empresa que está no vermelho não investe em
verde", alerta. A mesma exigência dos consumidores se revela no setor
elétrico. O gerente de Meio Ambiente da CPFL Energia, Robson Tanaka, diz que,
não apenas os consumidores, mas também os acionistas estão colocando o tema
socioambiental no topo das suas prioridades. "As empresas de energia estão
sendo cada vez mais cobradas sobre esse tema. As próprias indústrias que
compram da gente querem saber exatamente a origem para poder explicar para os
seus clientes finais", conta. A CPFL tem apostado nas energias renováveis
e inclui, no seu portfólio, parques de energia eólica, solar e hídrica. "O
Brasil está em situação boa, pois grande parte da nossa matriz é renovável. A
perspectiva é continuar esse modelo, e prova disso foi a competitividade dos
últimos leilões e a oferta de empreendimentos renováveis." A coordenadora
da especialização em Energias Renováveis da Pucrs, Aline Cristiane Pan,
acrescenta que a tendência é que as cidades, cada vez mais, sejam pensadas para
serem sustentáveis. "A sociedade está exigindo que esse tema seja encarado
como prioritário, e projetos e obras começarão a ser avaliados não apenas pela
lógica financeira, mas também de sustentabilidade", projeta. Sucesso da
energia eólica deve se repetir com a fonte solar O Brasil tem uma posição
privilegiada quando se trata de energia limpa. Enquanto, no mundo, apenas cerca
de 33% da potência instalada de geração elétrica é de energia renovável, por
aqui, esse índice alcança 73% - no Rio Grande do Sul, 76%. E, depois do sucesso
da eólica, a bola da vez é, definitivamente, a energia fotovoltaica (solar).
"É um mercado muito promissor e com a vantagem, em relação à eólica, de
que você pode colocar um projeto em qualquer lugar que tenha sol", explica
o gerente de Planejamento Energético da Secretaria de Minas e Energia do Rio
Grande do Sul, Eberson Silveira. Ele comenta que o cenário pode ser ajudado se
ocorrer um reaquecimento da economia, já que isso vai fortalecer os leilões.
"Existe um forte apelo no mundo para a construção de projetos com menor
impacto ambiental. E saímos na frente porque temos uma forte vocação para as
energias renováveis", relata. Expectativa similar tem o presidente da
Fiema Brasil, Jones Favretto. "Teremos um crescimento exponencial nos
próximos anos porque somos um País com grande potencial de ventos, sol e outras
fontes de energias renováveis. Reunimos toda a cadeia durante o evento para
ajudar a disseminar essas boas práticas e as oportunidades para quem quer
investir e empreender nessa área", diz. Aliás, a edição 2018 foi palco do
anúncio de um novo projeto. A fabricante de móveis Multimóveis e o Banco
Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) assinaram protocolo de
financiamento para a implantação de energia fotovoltaica no valor de R$ 8
milhões. Os recursos são oriundos do acordo de cooperação financeira assinado
entre a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e o BRDE, com três anos de
carência e 10 anos para serem quitados. Com isso, a empresa espera aprimorar a
sua gestão ambiental. "Já começamos os estudos que vão contemplar a melhor
forma de viabilidade energética, buscando, dentro da sustentabilidade, mais
eficiência e mais economia", disse a diretora da Multimóveis, Maristela
Cusin Longhi. O gerente da Região da Serra do BRDE, José Rafael Wojtowicz,
explica que a linha de financiamento é um estímulo para que as companhias sejam
cada vez mais socialmente responsáveis. "O retorno do investimento se dá
em cinco ou seis anos. Os equipamentos têm vida útil de mais de 20 ou 25 anos,
então há um bom período para desfrutar de grande economia", avalia. Ao
todo, o acordo entre AFD e BRDE disponibilizará R$ 220 milhões para serem
aplicados em projetos de sustentabilidade no Sul do País. - Jornal do Comércio
(http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/04/especiais/fiema_brasil_2018/621664-consumidores-exigem-postura-mais-sustentavel-das-empresas.html
TOMADO DE JOURNAL DO COMERCIO DE RGS BR
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