Foto: Bruno
Zanini Kairalla
Presidente da Z1 diz estar preocupado e afirma que entidades
devem discutir sobre o que pode ser feito POR ALINE RODRIGUES
Uma reunião realizada na tarde desta terça (25) discutiu a
escassez de tainha, linguado e, principalmente, de corvina, na Lagoa dos Patos.
Com a abertura da temporada, no último dia 1º, a falta de peixes preocupa
aqueles que dependem da pesca para sobreviver. De acordo com Nilton
Machado, presidente da Colônia de Pescadores Z1 e também coordenador
do Fórum da Lagoa dos Patos, até o momento, o pescador ainda não garantiu o
sustento para esse mês. “A temporada foi liberada e estamos preocupados. De
1º de junho a 30 de setembro, os pescadores estavam recebendo o seguro-defeso.
Nesse período, se recebe um salário-mínimo por mês”, destaca.
Machado conta que a pesca de corvina, peixe mais comum da
temporada, não tem sido positiva para os pescadores. “Até agora, o nosso
pescador não pescou quase nada de corvina. É uma situação bem difícil. Não
sabemos os motivos que o peixe não está chegando aqui, porque a lagoa começou a
encher só agora. Até então, estava propício para a entrada do peixe. Tem
pescador que, às vezes, não consegue pescar o suficiente para alimentar a
própria família. O pescador está sem ganhar nada”, explica. Ele diz que, em
razão disso, as entidades pesqueiras conversaram e decidiram realizar uma
reunião para debater quais providências serão tomadas.
“Vamos tratar sobre esses e outros assuntos. Vamos
debater sobre os fatores que possam estar impedindo a chegada do peixe e depois
tomar as devidas providências”, completa. Conforme o presidente da Z1, após
a reunião, o assunto deve ser encaminhado ao Fórum da Lagoa para discussão.
Devem participar da reunião pescadores, integrantes da direção da Colônia de
Pescadores Z1, membros do Fórum da Lagoa e de outras entidades.
CAMARÃO
Sobre a expectativa da pesca do camarão, Nilton Machado,
observa que nos últimos dias ocorreram muitas chuvas. “Até a semana passada
estava bom. Vieram as chuvas fortes para cá. Existe uma preocupação de mais uma
safra frustrada. Já tivemos três safras frustradas. Já estamos em outubro,
pedindo a Deus que tenhamos uma safra positiva. As previsões apontam uma
diminuição das chuvas, bem considerável, a partir de novembro”, enfatiza.
Machado lembra que a safra de camarão é de 1º de fevereiro até 30 de maio.
“Estamos confiantes que essas chuvas vão parar para que a
gente possa ter uma boa safra”, acredita. Ele lembra que, além da safra
ruim, os pescadores ainda convivem com outros problemas que são as dívidas dos
financiamentos com os bancos e os roubos de materiais de trabalho. “Já
tivemos dificuldades e tivemos que prorrogar os pagamentos dos financiamentos
duas vezes, por causa das últimas safras. Isso não é bom pro pescador e nem
para os bancos”, salienta.
O pescador Julcemar Elíbio dos Santos, conta que
já está preparando os materiais para aguardar a safra de camarão, mas mostra-se
preocupado. “Vamos esperar para ver no que vai dar. Esperamos que não seja
outro ano sem camarão. Está difícil tu ganhar para manter as coisas. Os filhos
já não querem saber da pesca. Estava tudo indo bem, agora essa chuvarada lá em
cima. Desce tudo para cá”, desabafa.
Santos lembra que tem financiamentos para pagar que já foram
adiados. “Tirei um motor e o meu financiamento vence esse ano. Já tive dois
anos de carência. Se não der camarão vamos fazer o que? E ainda temos que viver
com a violência. Passar a noite fria para pescar três ou quatro quilos de peixe
e ainda correr o risco de ser roubado. Com a pesca, eu já criei três filhas com
fartura. Agora está difícil para me manter sozinho”, finaliza. TOMADO D E
AGORA DE RGS BR
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