Com mais tecnologia, safra de
soja deve superar estimativa
DE SÃO PAULO
O produtor de soja teve boa liquidez neste ano, o que está permitindo a
utilização de mais tecnologia neste plantio. Isso significa uma condução melhor
das lavouras.
O resultado será a obtenção de uma safra superior às estimativas
atuais. A avaliação é do analista José Pitoli, que prevê uma produção perto de
85 milhões de toneladas na safra 2012/13, se o clima continuar favorável como
esteve até agora.
Na avaliação dele, Mato Grosso -o principal produtor nacional- deverá
encerrar o plantio sem grandes problemas.
Além disso, a produção brasileira será acrescida de volumes maiores nos
Estados de Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, afetados por clima
adverso na safra 2011/12, quando tiveram grande quebra no volume produzido.
O Paraná deverá ter uma safra pelo menos 20% superior à deste ano,
segundo Pitoli, que prevê produção de 15 milhões de toneladas para a região.
O plantio já está encerrado na área noroeste do Estado, onde os
produtores buscam semear mais cedo a soja para obter tempo ideal para o plantio
de milho.
Em algumas áreas, a soja já apresenta as primeiras floradas, o que
permitirá a colheita em janeiro.
No norte do Estado, onde parte dos produtores optam pelo trigo, o
plantio pode ser um pouco mais tardio. Apesar disso, já está praticamente no
final.
O prazo ideal para o plantio de milho no Paraná termina em 10 de março,
enquanto o do trigo vai até 10 de maio. Após esse período, as duas culturas
passam a ser suscetíveis à perda de produtividade, dependendo do clima.
A tendência dos preços para a soja é de estabilidade ou até de redução.
Para que ocorram novas elevações, só se houver quebra na produção da América do
Sul ou novas pressões de demanda.
A procura pela oleaginosa continua elevada, mas essa demanda já foi
incorporada nos preços, diz Pitoli.
Apesar dessa eventual queda de preços, a rentabilidade do produtor
ainda será boa.
Com os preços atuais do dólar e da oleaginosa na Bolsa de Chicago, o
valor pago ao produtor é de R$ 57 por saca em março. O custo de produção está
em R$ 28 por saca, diz ele.
O cenário para o milho que será produzido no verão será mais favorável
do que o da soja. A sustentação dos preços virá da demanda interna, próxima de
5 milhões de toneladas por mês, e das exportações, que ficarão entre 19 milhões
e 20 milhões de toneladas neste ano.
Comercializado atualmente a R$ 25 por saca no Estado, o milho deverá
superar esse valor na colheita de verão, segundo Pitoli.
Quem utilizar mais tecnologia na produção do cereal, e obtiver maior
produtividade, vai ter bons rendimentos, na avaliação dele.
* EM ALTA As exportações de milho caminham para um novo recorde. Em
novembro, a média diária soma 225 mil toneladas, alta de 35% ante a média
diária de outubro. Em todo o mês passado, foi embarcado o volume inédito de
3,66 milhões de toneladas.
RETOMADA A recuperação dos preços do minério de ferro já tem reflexo na
balança comercial. Até a terceira semana de novembro, elas apresentam alta de
8% em relação a outubro, com US$ 130 milhões exportados por dia, informou ontem
a Secretaria de Comércio Exterior.
Arroz puxa alta da cesta básica em outubro
TOMADO DE Folhia de San Pablo
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