PARQUE GERADOR DO
GRUPO CEEE SERÁ MODERNIZADO
Usina Passo Real, em Salto do Jacuí, é uma das que terão
melhorias
FERNANDO C. VIEIRA/GRUPO CEEE/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
O braço de geração de energia do Grupo CEEE, a CEEE-GT,
pretende, nos próximos três anos, aprimorar algumas das suas hidrelétricas
localizadas no Rio Grande do Sul. Para concretizar a iniciativa, a estatal está
buscando recursos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com a
Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
O diretor de geração da empresa, Jorge Jobim, destaca que a
companhia tem interesse em fazer a atualização tecnológica do seu parque
gerador, assim como precisa atender a compromissos assumidos com a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de otimizar alguns aproveitamentos
hidrelétricos. As melhorias englobam automação de unidades como as Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs) de Ernestina (em Tio Hugo), Capigui (em Passo Fundo),
Guarita (em Erval Seco) e a usina Passo Real (em Salto do Jacuí).
Paralelamente a essas ações, estão previstas a ampliação da
PCH Bugres, em Canela, passando da potência de 11,5 MW para algo entre 19 MW a
21 MW (aproximadamente 0,5% da demanda média de eletricidade do Rio Grande do
Sul) e a reforma da barragem de Ernestina. Por enquanto, Jobim prefere não
revelar o investimento estimado nos empreendimentos. Outra questão relativa à
CEEE-GT é o fato de que, nos últimos quatro anos, o custo de produção do MWh
gerado nas usinas e PCHs da empresa apresentou redução de 43%. Em 2012, quando
foi editada a MP 579, o valor do MWh era de R$ 83,66, montante que, se
corrigido pelo IGP-M do período, estaria hoje em R$ 108,08. O preço atual, no
entanto, é menor do que o de quatro anos atrás: R$ 61,49.
De acordo com o diretor de geração do Grupo CEEE, a empresa
obriga-se a buscar uma eficiência maior e a diminuição de gastos. O dirigente
recorda que, a partir da MP 579, que trata da renovação das concessões de ativos
de geração e transmissão de energia, houve uma queda nas receitas da CEEE-GT. A
proposta reduziu o valor do MWh, pois considera apenas custos de operação e
manutenção das usinas. Jobim reitera que isso impactou o caixa da companhia e
fez com que o grupo avaliasse soluções para o problema. Ele comenta que, desde
2013, foram tomadas atitudes como a reestruturação do quadro técnico e
administrativo da estatal, redução de funções de confiança, otimização de
gastos e serviços, entre outras. "Tentamos buscar o equilíbrio entre
custos de produção e receitas da empresa", frisa o diretor.
Como com a implantação do novo modelo do setor elétrico, em
2004, as empresas de energia foram desverticalizadas (separação da área de
distribuição da geração e transmissão), a CEEE-GT não necessariamente
comercializa sua geração para a outra companhia do grupo, a CEEE-D. Ou seja, a
diminuição do custo de geração da CEEE-GT não significa diretamente a redução
das tarifas da CEEE-D.
O presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado,
reforça que as medidas que resultaram na redução do custo de produção do MWh da
companhia fazem parte do conjunto de iniciativas cujo objetivo central é
recuperar estruturalmente a estatal. "Estamos trabalhando em todas as
frentes de negócios para que a empresa retome por seus próprios méritos o lugar
de destaque no cenário nacional nas esferas de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica", enfatiza.
As hidrelétricas da CEEE-GT, localizadas em dois principais
sistemas, Jacuí e Salto, somam capacidade própria instalada de 909,9 MW de
potência, conforme dados de janeiro de 2013. Além dessas usinas, a empresa
dispõe da potência oriunda de participação em projetos em parcerias com outras
companhias, com um montante de 355,12 MW, atingindo capacidade de geração de
1.265,02 MW. TOMADO DE JORUNAL DO COMERCIO DE RGS BR
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