Mais uma vez, Rio Grande registra alto índice de casos de
câncer de pele
Foto: Fabio Dutra
Atendimento foi promovido pela Sociedade Brasileira de
Dermatologia com o apoio do HU da Furg
.“Não sei como vou colocar na cabeça de vocês que é
necessário usar o protetor solar”, disse a médica dermatologista Marina Valério
ao pescador Jorge Antonio da Silva Costa, de 45 anos, durante o atendimento
realizado no Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele, promovido pela
Sociedade Brasileira de Dermatologia com o apoio do HU da Furg.
Seu Jorge participa
da campanha há dezessete anos e sempre foi orientado a utilizar o protetor. No
sábado (30), o pescador apareceu mais uma vez com a pele do rosto e dos braços
bastante vermelha em consequência do sol e com os lábios ressecados. Ele
confessou que nem sempre tem utilizado o protetor solar. O pescador apresentava
uma lesão no nariz que foi necessário tratar.
“Nos países
desenvolvidos, o recreio das crianças é no horário que o sol não está tão forte
e elas só saem para o pátio depois de passarem o protetor solar”, disse a
médica, ao declarar que é necessário começar a fazer uma campanha de orientação
nas escolas em relação a importância de se proteger de forma adequada dos raios
solares.
A preocupação da
médica dermatologista vem ao encontro do alto índice de casos de câncer de pele
registrado nas últimas campanhas e em Rio Grande, ano passado, por exemplo, o
índice foi de 23% (índice referente aos atendimentos da Campanha), enquanto o
índice estadual foi de 17% e o nacional de 12 %. “Acredito que o alto índice da
cidade do Rio Grande tem muito a ver com a economia da cidade, ligada à pesca e
à agricultura, atividades que deixam as pessoas muito expostas ao sol, e com a
descendência europeia dos moradores da região, que representa uma pele mais
clara”, salientou o coordenador da campanha em Rio Grande, o médico
dermatologista Vinícius Berticelli Tomazzoni.
O caso do agricultor
aposentado Antonio de Vargas Severo, 58 anos, também confirma a declaração dos
médicos. Seu Antonio procurou o atendimento para avaliar duas lesões que
apareceram no lóbulo da orelha direita. “Sempre trabalhei na agricultura.
Sempre no bruto, só de um ano para cá comecei a usar protetor solar e às vezes
esqueço”, confessou o aposentado.
Para garantir uma
proteção adequada à pele, Tomazzoni recomenda que é importante evitar a
exposição ao sol no período entre 10h da manhã e 4h da tarde, usar protetor
solar no mínimo de Fator 30, que deve ser reposto a cada 3 horas e procurar
orientação médica sempre que notar algum tipo de lesão na pele. “É importante
que as pessoas fiquem atentas a sinais escuros que comecem a aumentar de
tamanho, que passem a apresentar tonalidades diferentes e formas assimétricas e
lesão na pele que não estão cicatrizando”, salientou o coordenador da campanha.
Atenta a essas
orientações, Teresinha Senna da Rosa saiu feliz após ter uma mancha que surgiu
no seu braço direito ser avaliada pelo médico dermatologista Gerson Vettonato.
“É uma lesão benigna, 100% tranquila”, disse o médico. “Agora estou mais calma.
Eu já havia feito uma avaliação há quatro anos, mas resolvi que já estava na
hora de fazer outra avaliação para ter certeza de que continuava tudo bem”,
disse dona Teresinha, que confirmou que procura sempre se proteger de forma
adequada dos raios solares.
Além do risco das
pessoas que desenvolvem atividades que as deixam expostas aos raios solares,
Tomazzoni lembra que as pessoas possuem histórico de câncer de pele na família
ou que já tiveram alguma lesão deste tipo, as pessoas com olhos claros e as
pessoas albinas.
A dona de casa Célia
Teresinha Alves disse que não costuma tomar muito sol, mas ontem procurou o
atendimento para avaliação de uma mancha em seu rosto e outra na perna. “Só há
uns seis anos comecei a usar protetor. Há quatro, fiz tratamento nesta macha do
rosto, mas estou retornando ao tratamento agora”, contou dona Célia ao sair do
bloco cirúrgico onde foi feita a coleta do material que foi encaminhado para
biopse. A dona de casa foi encaminhada à recepção, onde agendou o retorno para
saber o resultado da biopse.
Esse ano, a campanha
organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia realizou 258 atendimentos
(a previsão inicial era de 200 atendimentos) em Rio Grande, destes 59 foram
diagnosticados com câncer de pele, um índice de 29,5%, mesma porcentagem do
atendimento do ano passado, considerado alto ao ser comparado com o índice
estadual e nacional de 2012.
Por Eduarda Toralles –
TOMADO DE AGORA DE RGS BR
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