Trem vira alternativa
a oleoduto polêmico
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CLIFFORD KRAUSS DO "NEW YORK TIMES"
The New York Times Nos últimos dois anos, ambientalistas se
acorrentaram às grades da Casa Branca e se uniram para deter a expansão do
oleoduto Keystone na luta contra o aquecimento global.
Mas, mesmo que o presidente Obama rejeite o projeto de
expansão Keystone XL, talvez não importe muito. As companhias já estão
construindo terminais ferroviários para levar o petróleo do oeste do Canadá
para os Estados Unidos e até para a Ásia.
Desde julho, foram anunciados planos de três grandes
terminais de embarque no oeste do Canadá, com capacidade combinada de 350 mil
barris por dia -o equivalente a cerca de 40% da capacidade do projetado
oleoduto Keystone XL, que deverá levar petróleo de Alberta, província
canadense, até refinarias no golfo do México.
Ao todo, o Canadá deverá quadruplicar sua capacidade de
carga ferroviária nos próximos anos, para até 900 mil barris por dia, contra
180 mil hoje.
A aceleração ocorreu apesar de um descarrilamento em
Lac-Megantic, no Québec, em julho, quando um trem desgovernado e carregado de
petróleo com destino a uma refinaria no leste do Canadá explodiu, matando
dezenas de pessoas.
Se todos os novos terminais forem construídos, o Canadá
poderá aumentar suas exportações para os Estados Unidos em mais de 20% -mesmo
que o Keystone XL nunca seja feito.
O transporte ferroviário pode custar US$ 5 adicionais por
barril, ou mais, mas as companhias de petróleo decidiram que não podem esperar.
"A indecisão sobre o Keystone XL realmente estimulou a inovação e
mobilizou alternativas. A ferrovia é uma das opções", disse Paul Reimer,
encarregado de transporte na companhia de petróleo canadense Cenovus Energy.
Os adversários querem deter o projeto do oleoduto para
manter as areias betuminosas no solo. Eles dizem que as emissões do desenvolvimento
-por meio de mineração ou aquecimento de vapor do solo seguidos de
aperfeiçoamentos para embarque- são mais danosas que aqueles da extração do
petróleo cru mais convencional. Mas agora parece que mesmo que os
ambientalistas vençam sua batalha contra Keystone, o Canadá está destinado a se
tornar um importante fornecedor de energia.
Os ramais ferroviários em desenvolvimento para areias
betuminosas cortam o Canadá e a fronteira americana da costa do Golfo até
Washington e a Califórnia. As ferrovias podem dar aos produtores canadenses uma
grande saída para a China, sedenta por petróleo, de refinarias em Washington e
na Califórnia.
"Queremos diversificar nossos mercados, em vez de
apenas levar nosso produto para o sul", disse Peter Symons, porta-voz da
Statoil, gigante norueguesa que assinou contratos de leasing de dois terminais
de embarque de petróleo no Canadá. "Podemos colocar esse produto nos
navios e levá-lo aos mercados premium na Ásia."
Várias refinarias e portos nos Estados de Washington e
Oregon planejam construir ou estão construindo ferrovias para o petróleo cru
pesado canadense, assim como o petróleo leve da Dakota do Norte. A refinaria
gigante no Texas Tesoro e a companhia de serviços de petróleo Savage anunciaram
uma joint venture para construir uma usina de tratamento de petróleo de US$ 100
milhões no porto de Vancouver.
No início do ano, apenas um resquício do petróleo canadense
era transportado por ferrovia, não mais de 60 mil barris por dia. Hoje,
estima-se que 175 mil barris corram por ferrovias diariamente.
A expansão dependia de uma inovação das companhias de
petróleo que trabalhavam na Dakota do Norte: alugar trens inteiros dedicados ao
petróleo, em vez de carregar diversos produtos. Assim as entregas seriam mais
rápidas e mais baratas.
As ferrovias também são mais fáceis e baratas de construir
que os oleodutos. Mas não são livres de preocupações de segurança e de impacto
ambiental. Benicia, na Califórnia, demorou para conceder a autorização para um
terminal ferroviário em uma refinaria da Valero Energy porque queria abordar
essas questões.
Mas Sandy Fielden, diretor de análises energéticas na
consultoria RBN Energy, disse: "O petróleo vai encontrar um caminho até o
mercado. Quer ele tenha de vir de caminhão, oleoduto ou ferrovia". Tomado de
la folhia de san pablo br
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