Zoobotânica captou
150 milhões de dólares nas últimas duas décadas
Técnicos da FZB, George Cunha e Mariano Pairet, em coleta no
lago do parque da Braskem/Divulgação
CLEBER DIONI
TENTARDINI
Nos últimos 20 anos a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do
Sul captou 150 milhões de dólares para os cofres do Estado, através de
convênios e projetos financiados por instituições de fomento nacionais e
internacionais e pela iniciativa privada. O valor seria suficiente para custear
a FZB por 25 anos.
Um exemplo foi o projeto de implantação do Parque de
Proteção Ambiental no Polo Petroquímico (Copesul, atual Braskem) no município
de Triunfo. Diversas equipes de pesquisadores da FZB fizeram o levantamento da
flora e fauna terrestre e aquática na área do parque e, depois de instalado,
foi feito o monitoramento ambiental por 25 anos.
Monica Mondt assessorou a direção do Museu de Ciências
Naturais, da FZB, durante várias gestões, e acompanhou de perto a maioria dos
projetos.
“As empresas sempre tiveram muito interesse em fazer
parcerias com a Fundação Zoobotânica. Para mim, era bastante desafiador e
dinâmico o trabalho, desde os grandes projetos até os menores”, afirma.
Monica e Eduardo La Porta, no setor de educação ambiental do
JB
Monica tem formação superior em Turismo, entrou na FZB com
contrato temporário em 1989 e passou no concurso em 1994. Entre os grandes
projetos, ela lembra do Pró-Guaíba e seu programa de parques e reservas; o da
General Motors, onde foram definidas como compensação ambiental na implantação
da GM os estudos da vegetação e transplantes de figueiras e a criação de uma
área de preservação, em Gravataí; da Refinaria Alberto
Pasqualini (Refap), onde
foram feitos estudos e monitoramento da qualidade do ar por meio de indicadores
biológicos; da Braskem e do Projeto de Conservação da Mata Atlântica no RS, da
qual a SEMA participou também, um estudo que durou cinco anos e envolveu mais
de 10 milhões de euros, sendo que mais da metade foi bancado pelo banco alemão
KFW.
Monica destaca ainda a implementação de 11 Unidades de
Conservação, sendo seis sedes construídas para as Unidades de Conservação,
Agências Florestais e Polícia Ambiental , tendo o Museu de Ciências Naturais da
FZB participação direta nos estudos.
“No projeto da Mata Atlântica, eu atuei na SEMA, de 2007 a
2011, como assessora especial da coordenadora do projeto, a bióloga Vera Lucia
Pitoni, e da GOPA, uma consultoria internacional que representava o banco
alemão, no Estado”, ressalta.
Monica retornou à FZB ainda em 2011 e, em 2015, passou a
trabalhar no setor de Educação Ambiental do Jardim Botânico, onde permanece
hoje.
Estação Ambiental da Braskem foi monitorada por 25 anos
De 1989 a junho de 2015, a Estação Ambiental da Braskem, em
Triunfo, contou com monitoramento contínuo da Fundação Zoobotânica.
P
esquisadoras Hilda Gastal e Silvia Hahn orientam técnico no
lago da Braskem/Foto Mariano Pairet/Divulgação
O local é uma área verde que circunda o polo petroquímico de
Triunfo. Trata-se de um espaço de 68 hectares de preservação, com uma ampla
variedade de espécies da fauna e flora gaúcha.
Falso Íris, também conhecido como Lírio roxo das pedras/Foto
Mariano Pairet/Divulgação
Jacaré no Parque de Proteção Ambiental da Braskem/Foto
Mariano Pairet/Divulgação
Foram catalogadas na Estação mais de três mil espécies de
plantas e animais – algas, liquens, vegetais vasculares, aves, mamíferos,
répteis, anfíbios, peixes, insetos, moluscos, aranhas. Além de mata nativa,
também foi monitorada a qualidade do ar e da água no rio Caí e no arroio Bom
Jardim, na área de influência do Polo Petroquímico, utilizando bioindicadores.
Com os dados observados nesses monitoramentos, a Fepam avalia a renovação da
Licença de Operação da fábrica.
João Freire, da Braskem, com os servidores da FZB, Juliano,
Glayson e Hilda/Foto Neemias Freitas/Ascom SEMA 02/06/2015
O trabalho de mais de duas décadas resultou num livro –
Habitantes da Estação Ambiental Braskem – 25 anos de pesquisa -, lançado em
junho de 2015.
“A iniciativa busca divulgar o conhecimento gerado a partir
dessa duradoura parceria entre a Fundação Zoobotânica e a Braskem”, explicou,
no evento de lançamento da obra, a técnica da FZB, Hilda Gastal, coordenadora
do projeto e uma das organizadoras do livro. A publicação conta também com
fotos que ilustra a diversidade da flora e da fauna da região.
O biólogo Glayson Bencke, então diretor interino do Museu de
Ciências Naturais, destacou na ocasião que os pesquisadores atuaram no projeto
desde 1988, do plano de manejo até o monitoramento da área, que acabou gerando
o Parque de Proteção Ambiental. “Foram encontrados 1.426 exemplares da flora e
1.623 da fauna”, destacou.
A publicação foi distribuída para as escolas, bibliotecas e
organizações ambientais, para servir como fonte de pesquisa e apoio ao ensino.
TOMADO DE JA SUGERIDO EN FACE DE ILZA
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