sábado, 15 de septiembre de 2018

CIENTISTAS DESCOBREM TRÊS ESPÉCIES DE PEIXES NO FUNDO DO PACÍFICO


 Cientistas descobrem três espécies de peixes no fundo do Pacífico
Uma equipe internacional de pesquisadores usou câmeras subaquáticas de última geração para encontrar o novo peixe no fundo da trincheira do Atacama, no Oceano Pacífico 
AF Agência France-Presse
Temporariamente denominados peixe-caracol rosa, azul e roxo do Atacama, as criaturas até então desconhecidas têm entre 20 e 25 centímetros de comprimento, são translúcidas e não têm escamas(foto: AFP)
Paris, França - Cientistas descobriram três novas espécies de peixes que vivem em uma das partes mais profundas do oceano, criaturas translúcidas sem escamas perfeitamente adaptadas a condições que instantaneamente matariam a maior parte da vida na Terra.
Uma equipe internacional de pesquisadores usou câmeras subaquáticas de última geração para encontrar o novo peixe no fundo da trincheira do Atacama, no Oceano Pacífico, a uma profundidade de 7.500 metros - e ficaram surpresos com sua abundância em um ambiente tão inóspito.
"Essas coisas estão no limite do que todos os peixes podem aguentar, então naquela profundidade você pode esperar que talvez tenha sorte de ver um ou dois batalhando para sobreviver", disse à AFP nesta sexta-feira Alan Jamieson, professor sênior de ecologia marinha da Universidade de Newcastle. "Mas há um monte deles lá", acrescentou.
Temporariamente denominados peixe-caracol rosa, azul e roxo do Atacama, as criaturas até então desconhecidas têm entre 20 e 25 centímetros de comprimento, são translúcidas e não têm escamas.
Eles parecem ser exclusivamente adaptados às condições presentes a pouco mais de sete quilômetros abaixo da superfície do oceano, onde os dias são permanentemente escuros e a temperatura da água mal chega a dois graus Celsius.
Em tais profundidades, a pressão é tão grande que animais maiores seriam esmagados sob sua própria massa. "É o equivalente a ter um peso de 800 quilos colocado em seu dedo mindinho", disse Jamieson.
Os pesquisadores acreditam que os peixes podem ter evoluído para viver no fundo do mar para evitar presas maiores. 
"As estruturas mais duras em seus corpos são os ossos de seu ouvido interno, que lhes dão equilíbrio, e seus dentes", disse Thomas Linley, um pesquisador de Newcastle que participou da expedição.
Na verdade, por serem feitos quase totalmente de uma substância parecida com o gel, os peixes morreriam sem a pressão esmagadora que os mantém inteiros.
"Seus corpos são extremamente frágeis e derretem rapidamente quando trazidos para a superfície", disse Linley.
A trincheira do Atacama ocupa quase 6.000 quilômetros ao longo da costa oeste da América do Sul e tem 8.000 metros de profundidade.
Jamieson disse que a descoberta da equipe deve dar esperança aos pesquisadores que trabalham para descobrir novas espécies em alguns dos cantos menos explorados do planeta.
"A descoberta de novas espécies não se limita a pequenas coisas na lama ou minúsculas águas-vivas, aqui há três espécies de peixes com cerca de 20-25 cm de comprimento", disse.  "A trincheira do Atacama é do mesmo tamanho da Cordilheira dos Andes. Se conseguimos colocar uma câmera lá embaixo e pegar três novas espécies em questão de dias... essas coisas não são raras - elas só estão fora de alcance".
Com mais de 300 variedades conhecidas de peixe-caracol, Jamieson disse que este se adaptou a uma grande variedade de condições, algumas extremamente difíceis de se sobreviver.
"A maioria deles vive em níveis superficiais (...). Eles são uma família incrível que evoluiu para se adequar a todos os nichos, todos os cantos do planeta", afirmou.
Ele admitiu, no entanto, estar impressionado com as variedades recém-descobertas e sua capacidade de prosperar em alguns dos ambientes mais duros da Terra.
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"A temperatura da água nessas trincheiras é sempre menor do que 2ºC - o que por si só é bastante difícil, sem falar na pressão (...) e na baixa quantidade de alimento", acrescentou. // TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE

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