Gás sobe e preço do
botijão pode passar de R$ 100 nas próximas semanas
Além dos ajustes promovidos pela Petrobras, o aumento de
salário dos trabalhadores das revendas e distribuidoras, cuja a data-base é em
setembro, também vai pesar no bolso do consumidor
SK Simone Kafruni MS
Marília Sena*
Nas distribuidoras do DF, atualmente, o produto custa de R$
80 a R$ 95. Consumidores reclamam(foto: Vinícius Cardoso Vieira/Esp. CB/DA
Press)
O gás de cozinha, que já está com um preço indigesto, deve
ficar ainda mais caro. Além dos ajustes promovidos pela Petrobras, o aumento de
salário dos trabalhadores das revendas e distribuidoras, cuja a data-base é em
setembro, também vai pesar no bolso do consumidor. O valor de um botijão de 13
quilos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) pode ultrapassar os R$ 100, nas
próximas semanas, no Distrito Federal, que corre o risco de ter racionamento.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos
Revendedores de GLP (Asmirg-BR), Alexandre José Borjaili, no início deste mês,
houve dois aumentos. “A Petrobras anunciou reajuste de 4,5% no GLP industrial e
as distribuidoras anteciparam a elevação de custo que terão com o acordo
coletivo da categoria e que vai vigorar em outubro”, explicou. Borjaili disse
que o impacto no gás de cozinha foi de R$ 2 a R$ 4 para os revendedores.
“A situação está inviável e o mercado informal está
crescendo. O residencial vai ter mais um reajuste em 5 de outubro”, destacou.
Borjaili também alertou para o risco de racionamento em Minas Gerais, Goiás,
Brasília e São Paulo. “A refinaria de Paulínia (SP), que é maior do país, está
funcionando parcialmente. Se comprarmos de terceiros, tem custo de mandar
buscar e o preço vai disparar e teremos que repassar”, assinalou.
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A Supergasbrás enviou comunicado aos revendedores que
atendem no DF, informando que elevaria o preço em 3,61%, por conta do aumento
salarial da categoria, segundo Edimar Cardoso, 40 anos, dono de um depósito da
distribuidora em Brasília. Ele disse que terá de repassar o reajuste, mas teme
prejuízo. Os botijões, hoje, custam entre R$ 80 e R$ 95 e os clientes já
reclamam do preço. “Ouvi uma senhora me chamar de ladrão”, contou. Para o
empresário, mais um aumento vai derrubar as vendas. “A concorrência é grande e
os clientes migram para qualquer depósito que venda até R$ 1 mais barato. Essa
situação contribui para a revenda ilegal”, afirmou.
Raquel Soraia, 40, é dona de um pequeno restaurante no
DF com o pai. A comerciante considerou
os reajustes absurdos. Segundo ela, foi preciso aumentar em R$ 1 o valor da
comida no estabelecimento. “Parece pouco, mas os clientes reclamaram”, contou.
A família compra dois botijões por mês e paga atualmente R$ 80. Raquel teme o
novo aumento. “Agora vou precisar colocar tudo no papel para calcular os novos
preços. É complicado. Essas manobras sempre nos prejudicam”, reclamou.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira // tomado de
correio brasiliense
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