No Distrito Federal, preço do biocombustível nos postos
varia de 64% a 69% do valor cobrado pelo derivado do petróleo, abaixo dos 70%
que, segundo especialistas, torna o álcool a melhor opção na hora de abastecer
o carro
AP Andressa Paulino* O servidor Sátiro Silva diz que passou
a usar apenas o combustível renovável: "Qualquer economia é válida"
(foto: Vinícius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press)
Depois que a gasolina atingiu o patamar de R$ 5 por litro, o
uso do etanol para abastecer o carro tornou -se vantajoso em muitas regiões do
país. No Distrito Federal, segundo levantamento realizado pelo Correio, o preço
do biocombustível varia de 64% a 69% do valor cobrado pelo produto derivado de
petróleo, o que tem levado muitos consumidores a preferir o álcool na hora de
encher o tanque. Como regra geral, o uso do etanol vale a pena sempre que
custar até 70% do preço da gasolina.
Em 23 dos 30 postos do DF pesquisados já é mais vantajoso
abastecer com etanol. Em apenas dois deles o valor cobrado pelo álcool ainda
não torna o produto uma boa opção. E cinco dos estabelecimentos visitados não
vendem o biocombustível.
Não é apenas no Distrito Federal que abastecer com etanol se
tornou mais econômico. De acordo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pela União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (Unica), a relação de preço entre os dois combustíveis tem
ficado abaixo de 70% em sete estados, além do Distrito Federal.
Em regiões em que o uso do combustível renovável é mais
consolidado, o preço do etanol chega a ficar abaixo de 60% do cobrado pela
gasolina, como em Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Mas, em estados
onde o biocombustível é, normalmente, pouco atrativo para o consumo, os preços
também se tornaram vantajosos. No Rio de Janeiro, por exemplo, o biocombustível
custa em média 66,5% do valor da gasolina.
O educador financeiro Jônatas Bueno, no entanto, lembra que
é importante calcular sempre os custos de abastecer com álcool e com a
gasolina. “O etanol, via de regra, está mais barato. Mas o consumidor ainda não
pode sair abastecendo com etanol sem fazer as contas na ponta do lápis”,
afirmou. De acordo com ele, é preciso também testar o consumo do carro e
avaliar qual dos combustíveis vale a pena para o tipo de veículo que cada um
possui.
O servidor público Sátiro Silva, 50 anos, disse que, depois
que a gasolina passou a custar R$ 5, passou a abastecer o carro só com etanol.
De acordo com ele, a diferença não é muito grande, mas alivia o bolso. “Eu
gasto cerca de R$ 600 por mês com combustível; então, qualquer economia que
posso fazer é válida”, explicou. Para ele, o biocombustível só não é mais
econômico por conta dos aumentos consecutivos que acompanham a cotação da
gasolina. “Antes, a gente achava etanol por R$ 2,30 o litro. Agora, no local
mais barato em que consigo abastecer, sai por R$ 3,20. Os dois combustíveis
aumentaram juntos”, explicou.
Sátiro disse que está se tornando cada vez mais difícil
encontrar alternativas para deixar o custo com transporte mais econômico. “Não
tem para onde fugir. Em Brasília, é tudo muito longe, e a população não pode
contar com um transporte público de qualidade. Assim, ficamos de mãos atadas”,
criticou. Jônatas Bueno aconselha os
consumidores a pagar o combustível sempre à vista, seja em dinheiro, seja com
cartão de débito. É uma forma, segundo ele, de não se endividar. “Além de
economizar com o desconto dado a quem paga à vista, o consumidor também evita a
dívida prolongada”, explicou o educador financeiro. // TOMADO DE CORREIO
BRAZILIENSE
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