sábado, 28 de septiembre de 2019

OUMUAMUA NÃO É UMA NAVE ESPACIAL ALIENÍGENA, AFIRMA NOVO ESTUDO



Nova análise do estranho objeto que cruza o Sistema Solar refuta a ideia de que o Oumuamua seja uma nave e traz explicações naturais para seu estranho comportamento
 (foto: ESO/M.Kornmesser)
Em outubro de 2017, astrônomos da Universidade do Havaí, por meio do telescópio Pan-STARRS, avistaram um objeto interestelar rochoso e alongado visitando nosso Sistema Solar. Características incomuns, como trajetória e velocidade inesperadas, fizeram com que especialistas afirmassem não ser possível descartar a possibilidade de o Oumuamua ("mensageiro", em havaiano) ser uma espaçonave alienígena enviada por uma civilização distante com o propósito de estudar este canto do Universo.
Agora, no entanto, uma nova análise — liderada por Matthew Knight, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e Alan Fitzsimmons, da Queen's University Belfast, na Irlanda do Norte — refuta a teoria de que o objeto seja uma nave espacial e afirma que uma série de fenômenos naturais podem explicar o comportamento do Oumuamua. O artigo de Knight e colegas foi publicado na revista especializada Nature Astronomy nesta segunda-feira (1º/7).
Com uma forma alongada semelhante à um de um charuto, com 400m de comprimento e 40m de largura, o Oumuamua possui uma superfície avermelhada que lembra a de muitos objetos observados no Sistema Solar. Entretanto, sua trajetória parece caótica e seu brilho costuma mudar de maneira abrupta. Outro aspecto inusitado é o fato de o objeto acelerar como um cometa em determinados momentos, mas não haver qualquer sinal de emissão gasosa.
"Nós nunca vimos nada como o Oumuamua no nosso Sistema Solar. A hipótese da nave espacial alienígena é engraçada, mas nossa análise sugere que ainda há uma gama de fenômenos naturais que poderiam explicá-lo", ressalta Knight.
Gigante gasoso
A equipe de 14 cientistas apresenta como uma das possíveis explicações a ideia de que o objeto chegou à área de influência do Sol após ter sido ejetado de seu sistema estelar de origem, por inflência de algum planeta gigante gasoso, semelhante a Júpiter.
Ao "escapar" de seu sistema, o Oumuamua teria entrado no Sistema Solar mostrando um comportamento nunca observado pelos cientistas, mas não necessariamente raro no Universo. Os pesquisadores acreditam que, com telescópios mais potentes, como o Grande Telescópio de Levantamento Sinóptico (LSST), em construção no Chile, outros "visitantes interestelares" como o estranho corpo poderão ser descobertos e estudados.
"Nos próximos 10 anos, esperamos começar a ver mais objetos como o Oumuamua. O LSST será mais rápido do que qualquer outro telescópio em termos de capacidade de encontrar pequenos visitantes interestelares", explica Knight. "Podemos começar a ver um novo objeto todos os anos. É quando começaremos a saber com certeza se o Oumuamua é estranho ou comum."
*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende
Tomado de correio brasiliense


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