Amazônia está muito perto do ponto de "não retorno” e pode “virar savana”, diz Ricardo Galvão, ex-diretor do Inpe
247 - O ex-diretor do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais) Ricardo Galvão disse à TV 247 que o ponto de “não
retorno” da Amazônia está próximo, isto é, a floresta está sob um regime de
desmatamento tão intenso que o bioma pode se tornar uma savana e não voltar a
ser como se conhece atualmente.
De acordo com o cientista, “se a Amazônia, toda a Amazônia,
não só a brasileira, for desmatada na ordem de 25% a 30%, o ponto de não
retorno para ela se tornar uma savana vai ser alcançado. Estamos muito perto
disso”.
“Até 1980 praticamente não tínhamos desmatado a Amazônia e
de lá para cá desmatamos quase 20%. Então estamos em uma situação muito próxima
do ponto de não retorno”, alertou Galvão.
O ex-diretor do Inpe afirmou que agora é preciso, além de
combater o desmatamento, criar e fortalecer políticas de reflorestamento, mas
falou que o governo Jair Bolsonaro não se preocupa com o tema. Ele ainda
explicou que os efeitos da devastação da floresta amazônica não são imediatos,
mas serão sentidos pela próxima geração. “O ser humano é muito ansioso, querem
um retorno imediato. Nós temos que ter uma visão de futuro, não podemos ser
míopes. Não vai nos afetar, mas vai afetar nossos filhos, nossos netos, vai
afetar nossa agricultura, vai afetar nossas hidrelétricas, vai afetar nosso
regime de água, vai afetar nossa biodiversidade. Infelizmente estamos em um
ponto que não basta nem só coibir o desmatamento, temos que ter ações fortes
para reflorestamento, usando inclusive startups e empresas privadas que tenham
recurso do fundo do carbono. Temos que ser muito mais inteligentes do que
estamos sendo. Infelizmente esse governo realmente está em uma política de
destruição do meio ambiente”.
TOMADO DE BR 247 SUGERIDO EN FACE POR HENRIQUE FONTANA
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