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Agência Brasil
(crédito: ISRO (Organização Indiana de Pesquisa Espacial))
Será lançado no início da madrugada deste domingo (28/2) o
foguete que levará, consigo, o Amazonia 1 – o primeiro satélite de observação
da Terra totalmente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil. O
lançamento, previsto para ocorrer à 1h54 (horário de Brasília), será
transmitido ao vivo pela Agência Brasil e pela TV
Brasil.
O Amazonia 1 será colocado em órbita pela missão PSLV-C51,
da agência espacial indiana Indian Space Research Organisation (ISRO). Com
seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o satélite integra a
Missão Amazonia 1, que tem, por objetivo, fornecer dados de sensoriamento
remoto para observar e monitorar o desmatamento, especialmente na região
amazônica, além de monitorar a agricultura no país.
"O satélite Amazonia 1, que é de sensoriamento remoto
óptico, vai dar autonomia ao Brasil para melhor monitorar seus diversos biomas,
seus mares e todos os alvos de interesses que temos, porque é um satélite que
estará sob domínio completo do Brasil", explica o presidente da Agência
Espacial Brasileira, Carlos Moura, que acompanha comitiva na Índia. "O
momento de um lançamento como esse é o coroamento de esforços que duram muitos
anos, às vezes dezenas de anos. Para alguns profissionais, é o desafio da
carreira. O Amazonia 1 coroa esse esforço do Brasil que vem lá de 1979, 1980,
com a Missão Espacial Brasileira, de o país ser capaz de desenvolver o satélite próprio de sensoriamento remoto óptico",
disse Carlos Moura.
O satélite 100% brasileiro ainda no Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, antes de embarcar para a Índia . - INPE -
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
O Amazonia 1 vai gerar imagens do planeta a cada 5 dias. Sob
demanda, poderá fornecer dados de um ponto específico em 2 dias – o que,
segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ajudará na
fiscalização de áreas que estejam sendo desmatadas, bem como na captura de
imagens onde haja maior ocorrência de nuvens. De acordo com o instituto, o novo
satélite possibilitará também o monitoramento da região costeira, de
reservatórios de água e de florestas (naturais e cultivadas). Há, ainda, a
possibilidade de uso para observações de possíveis desastres ambientais.
Olhar para dentro
"Estamos vivendo um momento astronômico com algumas
missões que buscam olhar para universo profundo, a procura de novos planetas,
novos mundos. O Amazonia 1 busca olhar para dentro, para o planeta Terra, e em
especial para a Amazônia", explica o presidente da Agência Espacial
Brasileira.
Segundo ele, tanto as missões que miram o ambiente terrestre
como as que miram outros corpos celestes são de grande importância. "Os
sistemas espaciais – os satélites que observam a Terra a partir de um ponto de
vista privilegiado – nos permitem conhecer melhor os nossos oceanos, os nossos
biomas, a nossa atmosfera, compreender melhor esse conjunto de fatores que
fazem com que este planeta, até onde se saiba, seja o que contém as melhores
condições de vida na forma como nós a conhecemos", disse. "[Também é
importante] se projetar para outros corpos celestes, tentando entender melhor
como eles evoluíram e o que acontece com eles. Existem missões que procuram
entender como ocorreu a evolução de outros corpos, se houve vida ou não, se
eles têm componentes materiais que podem ser úteis para humanidade ou
não", acrescentou.
Missão Amazonia e Plataforma Multimissão
A Missão Amazonia pretende lançar, em data a ser definida,
mais dois satélites de sensoriamento remoto: o Amazonia 1B e o Amazonia 2.
"Os satélites da série Amazonia serão formados por dois módulos
independentes: um módulo de serviço - que é a Plataforma Multimissão (PMM) - e
um módulo de carga útil, que abriga câmeras e equipamentos de gravação e
transmissão de dados de imagens", detalha o Inpe.
Além de ajudar no monitoramento do meio ambiente, a missão
ajudará na validação da Plataforma Multimissão como base modular para diversos
tipos de satélites. Essa plataforma representa, segundo o Inpe, "um
conceito moderno de arquitetura de satélites, que tem o propósito de reunir em
uma única plataforma todos os equipamentos que desempenham funções necessárias
à sobrevivência de um satélite, independentemente do tipo de órbita."
Entre as funções executadas pela plataforma estão as de
geração de energia, controle térmico, gerenciamento de dados e telecomunicação
de serviço - o que possibilitará a adaptação a diferentes cargas úteis, além de
reduzir custos e prazos no desenvolvimento de novas missões.
"Essa competência global em engenharia de sistemas e em
gerenciamento de projetos coloca o país em um novo patamar científico e
tecnológico para missões espaciais. A partir do lançamento do satélite Amazonia
1 e da validação em voo da PMM, o Brasil terá dominado o ciclo de vida de fabricação
de sistemas espaciais para satélites estabilizados em três eixos", informa
o Inpe.
Entre os ganhos tecnológicos que a missão deverá render ao
país, o Inpe destaca, além da validação da PMM, a consolidação do conhecimento
do país no ciclo completo de desenvolvimento de satélites; o desenvolvimento da
indústria nacional dos mecanismos de abertura de painéis solares, o
desenvolvimento da propulsão do subsistema de controle de atitude e órbita na
indústria nacional e a consolidação de conhecimentos na campanha de lançamento
de satélites de maior complexidade.
Tomado de correio brasiliense
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