Contato das crianças com a natureza é estimulado em
ambientes sustentáveis e produtivos, como as hortas da escola
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Caminhar entre as árvores, colher temperos no pátio, buscar
a salada na horta, observar o armazenamento da água da chuva nas cisternas,
depositar os resíduos orgânicos na composteira, aprender sobre bioconstrução.
Esta não é a rotina de quem mora na zona rural ou em uma fazenda sustentável. É
o dia a dia dos alunos da Escola Amigos do Verde, em Porto Alegre, pioneira em
integrar a proposta pedagógica com a ecologia. "Queremos contribuir para a
formação de seres humanos pertencentes a um ecossistema de interdependência de
pensamentos, atos e sentimentos, conscientes de que cuidar do meio ambiente é
cuidar de nós mesmos", afirma a coordenadora pedagógica e diretora, Taís
Ribeiro Brasil Russo.
E para nos fazer pensar sobre como somos parte da natureza e
como intimamente dependemos dela, a Organização das Nações Unidas (ONU)
escolheu o tema "Conectando pessoas à Natureza" para marcar o Dia
Mundial do Meio Ambiente em 2017, comemorado neste 5 de junho. Trata-se de um
convite para as pessoas apreciarem a beleza e a importância dos recursos
naturais e um chamado para a necessidade de proteger as riquezas que
compartilhamos. Segundo a ONU, o envolvimento dos países com esta data vem
crescendo ao longo dos anos e esta é uma oportunidade de levar ao coração
das
crianças e jovens a importância de tratarmos bem o planeta.
Com esta preocupação de harmonia e cuidados com a Terra, a
escola, localizada no bairro Higienópolis, acolhe 178 alunos do Ensino
Fundamental e da Educação Infantil (1º ao 5ª ano), em uma área verde de 3.600
metros quadrados. Cercadas por um bosque de árvores nativas, tombado pela
prefeitura municipal, as crianças também têm contato com galinhas e coelhos,
tartaruga, jabuti e peixes. Um convívio que vai além das salas de aula e
desfrutado em espaços permaculturais ambientes sustentáveis e produtivos, em
equilíbrio com a natureza, que são hortas, composteiras, laguinho, telhado
vivo, espiral de ervas, horta medicinal, cisternas para a captação da água da
chuva e espaço João de Barro (bioconstrução).
Com toda esta visão de sustentabilidade, o cardápio dos
pequenos conta com alimentos integrais e orgânicos no almoço e no lanche, sem a
presença de carne vermelha. Já o preparo de aves e peixes acontece apenas uma
vez por semana. Escolhas que já garantiram o reconhecimento internacional, como
o do Instituto Ashoka, organização sem fins lucrativos que elencou a Amigos do
Verde como uma das 18 Escolas Transformadoras selecionadas no Brasil.
"Quando abrimos as portas, em 1984, o grande diferencial era a visão
ecocêntrica, em uma época que pouco ainda se discutia ecologia, aliada à
alimentação naturalista, de caráter educativo", destaca a diretora.
Agroecologia também é assunto de criança
Alunos de Fabretti aprendem e ganham mais qualidade de vida
MARCELO G. RIBEIRO/JC
No pátio, os alunos ouvem com atenção os ensinamentos do
professor: "É só colocar a mãozinha na terra e ver se ficou grudada. A mão
saiu sequinha? Então não precisa regar!". Uma lição que pode parecer
simples, mas que para crianças de sete ou oito anos é um mundo de descobertas e
sensações. "Decidi que educar seria uma das minhas maiores armas na
transformação por um mundo melhor", conta o biólogo Mário Fabretti, 36
anos, que ministra aulas de agroecologia na Escola Amigos do Verde.
Com experiência de dois anos como ativista do Greepeace, há
três ele transmite às turmas os conhecimentos adquiridos como especialista em
ecologia. Nas aulas, ensina a plantar, alimentar animais, colher frutas,
produzir papel reciclado, separar o lixo e reutilizar materiais."Exemplos
de atividades agroecológicas vivenciadas diariamente, proporcionando
aprendizagem e qualidade de vida", explica o professor, sempre rodeado de
rostinhos curiosos.
Trilhas nos Parques
da Capital
Caminhadas monitoradas qualificam relação com a natureza
SERGIO LOURUZ/DIVULGAÇÃO/JC
Tomar chimarrão no parque, aos fins de semana, já é tradição
para os porto-alegrenses. Mas que tal sair da mesmice e fazer um passeio
educativo nessas áreas verdes? A iniciativa
da prefeitura municipal, chamada Trilhas Ecológicas nos Parques Urbanos de
Porto Alegre, oferece esta oportunidade. O projeto consiste em caminhadas pelos
parques com pausas para reflexões, discussões, explicações e atividades
lúdicas.
Carlos Henrique Aigner, coordenador de Educação Ambiental da
Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams), explica que as trilhas
podem ser agendadas para os turnos da manhã e tarde, em qualquer dia útil. Os
parques abrangidos são Farroupilha (Redenção), Marinha do Brasil, Moinhos de
Vento (Parcão), Saint'Hilaire, Mascarenhas de Moraes e Chico Mendes. "A
ideia é valorizar os espaços públicos e qualificar a relação com a natureza,
pois a gente começa a cuidar do que conhece", afirma. TOMADO DE JOURNAL DO
COMERCIO DE RGS BR
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